Câmara do Porto adia para 2016 venda de Casa Manoel Oliveira e Palacete Pinto Leite

A autarquia “concluiu que não precisava desse encaixe financeiro para este ano”.

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A casa nunca teve uso e está a degradar-se há anos Fernando Veludo/nfactos

A Câmara do Porto retirou nesta terça-feira da hasta pública agendada para segunda-feira as duas fracções da Casa Manoel de Oliveira e o Palacete Pinto Leite, por pelo menos cerca de três milhões de euros, adiando a venda para 2016.

O aviso foi publicado na página da internet do município, dez dias depois de ter sido anunciada a venda, porque a autarquia “concluiu que não precisava desse encaixe financeiro para este ano”, explicou à Lusa Nuno Santos, adjunto do presidente da Câmara, Rui Moreira,

A mesma fonte indicou que a hasta pública deste património deve acontecer em 2016, tal como previsto no orçamento para esse ano, que aponta a angariação de 18,6 milhões de euros com a venda de vários imóveis, entre os quais a denominada Casa Manoel de Oliveira e o Palacete Pinto Leite.

Quanto ao aviso publicado hoje na página da internet da autarquia, apenas dá conta que aquele edificado foi afastado do leilão em que se mantêm os imóveis da rua Alberto Aguiar, 32 e da rua de Santa Catarina, 1123/1127, com o valor base de licitação de 128,7 mil euros.

A Câmara do Porto divulgou num anúncio publicado no Jornal de Notícias no dia 05 que ia tentar vender na segunda-feira, dia 21, em hasta pública, as duas fracções da Casa Manoel de Oliveira e o Palacete Pinto Leite, prevendo angariar com estes imóveis pelo menos cerca de três milhões de euros.

A Casa Manoel de Oliveira, projectada há cerca de duas décadas pelo arquitecto Eduardo Souto Moura para acolher o espólio do cineasta que morreu em Abril, apresentava o valor global de 1,58 milhões de euros, o mesmo montante base da hasta pública de Maio de 2014.

O leilão ficou deserto e, durante um ano, até 07 de Maio, a autarquia tentou, sem sucesso, a sua venda por ajuste directo.

Já o Palacete Pinto Leite, que até 2008 acolheu o Conservatório de Música da cidade e cuja venda em hasta pública foi aprovada pelo executivo e em Assembleia Municipal tendo como condição ser utilizado só para fins culturais, tinha um valor base de licitação de 1,55 milhões de euros.

Em declarações à Lusa, em Junho, o vice-presidente da Fundação Sindika Dokolo, Fernando Alvim, referiu que a instituição estava à procura de um edifício para acolher a sua futura sede.

O responsável explicou que o local final para acolher aquela a entidade no Porto “dependerá do desenho final do projecto” a ser delineado, estando a Casa Manoel de Oliveira entre os espaços já visitados, para além do Palácio das Artes da Fundação da Juventude ou o Palacete Pinto Leite, entre outros.

Na ocasião, o então vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva (que faleceu em Novembro), afirmou à Lusa que o edifício que vai acolher a Fundação Sindika Dokolo no Porto “só pode estar definido depois de ser comprado” e que a “câmara vai vendo os seus espaços em hasta pública, caso haja interesse da fundação em adquirir um espaço que seja pertença da câmara”.

 

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