Aposentação do "senhor eleições" não compromete preparação das presidenciais

Ministra Constança Urbano de Sousa mandou fazer um levantamento junto dos serviços para saber como está a ser planeado o próximo acto eleitoral.

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O ex-secretário de Estado João Almeida contava com Jorge Miguéis para organizar as próximas presidenciais. Foto: Enric Vives-Rubio

A inesperada saída do secretário-geral-adjunto do Ministério da Administração Interna para a Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, que se reformou num curto espaço de tempo, não terá consequências no planeamento do processo eleitoral das presidenciais, marcadas para Janeiro de 2016.

Surpreendida com a aposentação de Jorge Miguéis, que organizou as eleições desde a Constituinte de 1975, a nova ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pediu “um ponto da situação” junto dos serviços do ministério para saber como estava a ser planeado o acto eleitoral. Fonte do gabinete da ministra da Administração Interna assegurou ao PÚBLICO que a saída do secretário-geral-adjunto do MAI “não compromete nenhum aspecto do acto eleitoral”.

Segundo o Diário de Notícias desta quinta-feira, Jorge Miguéis viu a sua aposentação ser aprovada em tempo recorde, o que o impedirá de cumprir o acordado com a tutela anterior: sair só depois da realização das eleições presidenciais.

Mas quem é Jorge Miguéis? É um alto dirigente do Estado com uma gigante experiência no quadro em processos eleitorais. Tem 41 anos de Administração Eleitoral do MAI e pela sua mão passaram 66 processos eleitorais. Organizou eleições desde a Constituinte de 1975.

O ex-secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida (CDS), disse esta quinta-feira ao PÚBLICO que contava com Jorge Miguéis para as presidenciais e que deu conta disso à equipa liderada por Constança Urbano de Sousa. “No planeamento que estava feito contávamos com ele para continuar a fazer o seu trabalho e na passagem da pasta transmiti que tínhamos montado o processo eleitoral”, afirmou, observando que o até agora secretário-geral do MAI para a Administração Eleitoral o informou que tinha solicitado a aposentação, mas recusou fazer qualquer comentário sobre o facto de se estar perante uma “reforma recorde” como lhe chamou o DN. “Não conheço o intervalo de tempo médio das aposentações”, limitou-se a dizer, depois de ter referido que os três actos eleitorais que foram realizados na sua vigência com Jorge Miguéis “tiveram resultados satisfatórios”.

Jorge Miguéis será substituído, mas ainda não há uma data para a nomeação do seu sucessor. Em contrapartida, o MAI já tem preparado um calendário para fazer testes ao sistema operacional para garantir que o processo eleitoral das presidenciais decorrerá sem sobressaltos

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