Hospital dos Médicos Sem Fronteiras atingido por bomba barril na Síria

"Este bombardeamento tem todos os sinais de um ataque de 'duplo impacte'", um bombardeamento destinado a atingir as pessoas que socorrem vítimas de outros ataques, denuncia a organização.

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Patrulha do exército sírio em Homs AFP

A organização Médicos Sem Fronteiras anunciou esta terça-feira que um dos seus hospitais na Síria, na região cercada pelo governo de Homs, foi atingida por bombas barril. Sete pessoas morreram e 47 ficaram feridas com a explosão desta arma improvisada que consiste num barril cheio de explosivos e o que mais se quiser (pregos, petróleo…).

O hospital, situado "numa zona da oposição cercada pelo exército" sírio, segundo disse à AFP um representante dos Médicos Sem Fronteiras, Robin Meldrum, ficou parcialmente destruído.

"Este bombardeamento tem todos os sinais de um ataque de 'duplo impacte'", ou seja um bombardeamento destinado a atingir as pessoas que socorrem vítimas de outros ataques, neste caso um hospital onde se socorrem vítimas, denunciou o director de operações dos MSF, Brice de le Vingne, num comunicado. "Esta táctica do duplo impacte demonstra um nível de destruição calculado que não imaginávamos", considerou.

Um primeiro barril de explosivos foi lançado de um helicóptero no sábado de manhã, numa zona povoada de Zafarana (nordeste de Homs) - um homem e uma jovem morreram e 16 pessoas ficaram feridas e foram admitidas no hospital de Zafarana. O Ocidente tem acusado o regime de Damasco, dirigido por Bashar al-Assad, de usar este tipo de explosivos lançados a partir de helicópteros.

"Pouco depois, um outro barril caiu no hospital. Quarenta minutos depois, enquanto os feridos da primeira bomba estavam a ser tratados, cairam ourtros barris de explosivos ao lado da entrada principal, matando uma pessoa que ali passava e ferindo 31 pesosas, entre pessoal médico e doentes", detalha o comunicado dos MSF.

A organização diz que não sabe se o hospital de Zafarana - que dá apoio a 40 mil pessoas - pode continuar aberto. Os MSF ofereceram ajuda para reconstruir o que foi destruído e disseram estar disponíveis para continuar a enviar ajuda médica, de forma a que as equipas médicas possam trabalhar.

Os MSF gerem directamente seis instalações médicas no Norte da Síria e apoiam 150 hospitais de campanha e outros centros médicos em todo o país.

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