Porto terá um novo hospital pediátrico em finais de 2017

A futura unidade estender-se-á ao longo de cinco pisos, mais um, e terá uma estrutura toda em vidro

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O internamento funcionava em contentores Fernando Veludo/nfactos
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As obras começaram Fernando Veludo/nfactos
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Fernando Veludo/nfactos

A nova ala pediátrica do Centro Hospitalar São João, no Porto, que terá cerca de dez mil metros quadrados de área, será uma realidade em finais de 2017, se não houver derrapagem no prazo previsto.

Orçado em 25 milhões de euros, o novo espaço vai nascer ao lado da actual urgência pediátrica e terá um total de cinco pisos. A obra arrancou nesta segunda-feira e o momento foi assinalado com uma cerimónia simbólica no local, que juntou as principais entidades envolvidas no projecto.

“Estamos a falar de um sonho que já tem alguns anos e que arranca graças à intervenção da Associação de Utilidade Pública 'Um Lugar pró Joãozinho'", afirmou António Ferreira, presidente do Conselho de Administração (CA) do S. João. Segundo explicou, o atraso prendeu-se com o facto de o CA ter necessidade de garantir que, em caso de falta de financiamento para continuar a obra, o que estiver já construído reverterá "imediatamente para o hospital, para o Estado".

A futura unidade será financiada exclusivamente por fundos privados angariados através da AULPJ, que nesta segunda-feira entregou um cheque de 600 mil euros. Em Janeiro será entregue um segundo cheque de 400 mil euros. Este milhão de euros, disse o presidente da Associação, Pedro Arroja, garante os “três/quatro primeiros meses da obra".

Destinado ao internamento pediátrico, que funciona há anos em contentores, o projecto da nova unidade prevê a construção de três novos pisos sobre os dois já existentes numa zona integrada do edifício principal do hospital, junto à urgência pediátrica. No topo haverá ainda um último andar denominado “piso técnico”, segundo explicou Carlos Moreira, engenheiro técnico da empreitada.

Numa primeira fase será construída uma estrutura metálica sobre aquele edificado existente, que "funcionará como o esqueleto da nova ala pediátrica". Carlos Moreira adiantou, por outro lado, que o projecto contempla uma ligação física ao hospital, sendo a fachada da nova ala "em vidro, que marcará a diferença de idade" entre o corpo do S. João e a nova ala.

Sobre a possibilidade da empreitada parar se a Associação tiver dificuldades em angariar as verbas necessárias para concluir a empreitada, António Ferreira disse que "é sempre possível definir investimentos prioritários". O fundamental foi "garantir que, em qualquer momento, o que está feito reverte para o S. João (...), daí em diante se resolverá o que fazer", disse.

O Centro Hospitalar "tem um investimento que tem rondado cerca de 20 milhões de euros ano e é sempre possível definir investimentos prioritários", destacou António Ferreira, revelando que, "neste momento, está a ser tratado um concurso para submissão ao Tribunal de Contas para iniciar-se a renovação dos pisos 8 e 9 da ala central do hospital, com financiamento público de cerca de nove milhões de euros, e em qualquer momento, no âmbito desta capacidade de investimento que o hospital vai tendo, pode-se iniciar outro processo".

Na ocasião, o administrador comprometeu-se a fazer tudo que estiver ao seu alcance "para angariar fundos [privados] para a continuação deste projecto", depois de deixar de desempenhar as funções de presidente do CA do CHSJ.

Nesta segunda-feira, a AULPJ recebeu um donativo de cinco mil euros da Liga dos Amigos do S. João e assinou o contrato de empreitada com as duas empresas vencedoras do concurso público, bem como dois contratos de mecenato com as construtoras que prevêem que a Lúcios e a Somague "contribuam com 30 mil euros cada por ano para a construção da obra durante 10 anos", disse Pedro Arroja.

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