PÚBLICO, Graça Dias e Carrilho da Graça tornam-se membros honorários da Ordem dos Arquitectos

É a primeira vez que um jornal generalista é distinguido.

João Luís Carrilho da Graça
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João Luís Carrilho da Graça Daniel Rocha
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Manuel Graça Dias Rita Chantre

A Ordem dos Arquitectos (OA) distingue quinta-feira com o título de membro honorário os arquitectos Manuel Graça Dias e João Carrilho da Graça, bem como, e pela primeira vez para um jornal generalista, o PÚBLICO, além do Conselho dos Arquitectos da Europa (CAE). Os distinguidos estão unidos pelo seu papel na divulgação da arquitectura, como explica o presidente da Ordem, João Santa-Rita.

Na cerimónia na sede nacional da OA, ao final da tarde (18h), os novos membros honorários dividem-se, como é habitual nestas distinções da Ordem, entre instituições e profissionais do sector dado o seu “envolvimento constante com os temas da arquitectura”. João Carrilho da Graça, além das qualidades da sua carreira, é tornado membro honorário pela “forma como a sua obra cumpre também a finalidade da divulgação da arquitectura”, diz o presidente da OA, para quem Manuel Graça Dias, por seu turno, “contribui de uma forma continuada para a promoção” da actividade, através do seu trabalho como arquitecto mas também pelo seu papel como autor de programas e autor de textos na imprensa.

E se o CAE é um organismo que se inscreve assim na história da AO pelo trabalho em prol da profissão, com Santa-Rita a sublinhar grande o apoio” dado em torno da discussão da lei 40/2015 (que define as qualificações para os autores e coordenadores de projectos de arquitectura, entre outras actividades), o PÚBLICO é “um diário quase único no país que tem como inscrição quase constante os temas da arquitectura”.

O crítico de arquitectura Jorge Figueira, que fará na cerimónia de amanhã os “elogios” de Manuel Graça Dias e do PÚBLICO, sublinha as decisões “absolutamente justas” de homenagear os dois arquitectos e as duas entidades – para ele, Graça Dias e Carrilho da Graça são “absolutamente imprescindíveis” e “o PÚBLICO é uma das casas da arquitectura em Portugal”. Os dois arquitectos, “da mesma geração com abordagens bastante diferentes”, além de terem feito “arquitectura de um modo com imenso impacto público”, “tiveram a generosidade de serem professores, de escreverem” sobre a actividade.

Uma divulgação de que, segundo o crítico – que escreve regularmente para o PÚBLICO -, o jornal diário também comunga pelo seu contributo para a “afirmação” da profissão. “A arquitectura estava pronta para ter um protagonismo que o PÚBLICO lhe soube dar”, defende Jorge Figueira, que considera que desde a fundação do diário, e em particular desde a Expo 98, “criou um espaço muito particular de entendimento e discussão da arquitectura” no país. Figueira lembra que temas como a autoria, bem como o noticiário “das obras, grandes ou pequenas, polémicas ou elogiadas pelo país e não só em Lisboa” foram sendo introduzidos no jornal e desenvolvidos em dois planos: o trabalho dos jornalistas e dos críticos.

Os títulos de membro honorário são atribuídos “desde sempre”, como explica João Santa-Rita - os primeiros registos remontam a 1903, ainda relativos à Sociedade dos Arquitectos Portugueses, depois ao Sindicato Nacional dos Arquitectos e ainda à Associação dos Arquitectos Portugueses. Entre os membros honorários figuram Duarte Pacheco, Porfírio Pardal Monteiro, Frank Lloyd Wright, Le Corbusier, Nuno Teotónio Pereira, Oscar Niemeyer, Daciano da Costa, Francisco Keil do Amaral, Álvaro Siza, Gonçalo Ribeiro Telles, a revista Casabella - e apenas duas mulheres, as arquitectas Cristina Salvador e Olga Quintanilha.

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