Jerónimo de Sousa já tem canudos e um tarro

Líder da CDU critica Presidente por dizer que já sabe “muito bem” o que fará a seguir às eleições sem que os portugueses tenham ainda votado.

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Daniel Rocha
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O líder da CDU bem pode andar a ceifar votos à direita e ao PS até domingo que vai bem protegido e alimentado. Ontem, antes de começar a arruada, José Horta, antigo trabalhador da Setenave e actual artesão, apoiou-se na bengala que esculpiu e lá foi até junto da sé de Setúbal, para oferecer a Jerónimo de Sousa um tarro de cortiça (uma espécie de tacho para transportar e conservar a comida quente) e três canudos (dedeiras feitas de cana usadas pelas ceifeiras para proteger os dedos mindinho, anelar e médio da passagem da foice).

Terá sido protegido que o líder da CDU se sentiu ontem: a coligação de esquerda está a queimar os últimos cartuchos em casa e andou na rua com apoiantes na margem Sul: Baixa da Banheira de manhã, concorrida, arruada à tarde na baixa de Setúbal que já foi mais composta noutros anos; almoço na Cova da Piedade e jantar na Quinta do Conde. O distrito de Setúbal vai ter mais um deputado para eleger no domingo e PCP e PEV querem dar cartas.

Jerónimo de Sousa não se fez rogado e no almoço na centenária Cooperativa de Consumo Piedense, perante cerca de 300 reformados intensificou o apelo ao voto, usando uma expressão militar: “Vá camaradas, fogo à peça! Vamos por diante!”

“[O Governo] olha para vocês a pensar que valem pouco porque não produzem e estão a ser uma despesa para a Segurança Social. Entendem-nos como um peso.” Por isso, incentiva-os: “Era bom que os reformados dissessem ‘estão enganados, continuamos a pesar também na vida política nacional. Nós queremos um futuro diferente.’”

O secretário-geral do PCP também criticou Cavaco Silva, que admitiu já ter decidido o que fazer depois das eleições. “Eu não conheço o que vai no pensamento do Presidente da República, mas é de facto uma situação intolerável que o Presidente já tenha definido os cenários, as perspectivas, as decisões, independentemente do resultado das eleições ainda não estar apurado porque o povo português ainda não votou.”

 

 

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