A temperatura ideal para cada espaço sem gastos desnecessários de energia

O Egloo Comfort é um dos projectos semi-finalistas ao Prémio EDP Inovação. Este dispositivo permite que cada espaço mantenha a temperatura ideal, de forma a poupar energia, o ambiente e as carteiras

O dispositivo, representado a vermelho e castanho, integrado num sistema de iluminação clássico Eusébio Conceição
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O dispositivo, representado a vermelho e castanho, integrado num sistema de iluminação clássico Eusébio Conceição
Noctula Channel
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Noctula Channel

A ideia para o Egloo Comfort, desenvolvido por Eusébio Conceição, surgiu porque na maioria dos espaços, as condições de conforto térmico não estão garantidas. Por vezes, no Inverno ou no Verão é impossível ficarmos confortáveis. Ou o frio ou o calor excessivo “obriga-nos” a ligar o ar-condicionado na temperatura que supostamente deixa o ambiente mais agradável. A Natureza e as nossas carteiras não agradecem. 

O corpo humano é muito sensível ao aumento e à diminuição da temperatura interior e apenas 5 graus de diferença da temperatura normal (37ºC) podem causar danos muito graves à nossa saúde. Para não falar, do consumo energético dos dispositivos de aquecimento ou ventilação presentes na maioria das habitações.

Há que ter também em conta os riscos de resfriamento, ou seja, espaços com correntes de ar. Normalmente, aumentamos o nível de temperatura do ar para compensar esta situação, o que resulta num consumo energético desnecessário.

Este dispositivo higro-térmico para a redução de energia em sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado), desenvolvido pela empresa Egloo Hygrothermal Energy Solutions é utilizado “na gestão energética eficiente de espaços ocupados e promove boas condições de conforto térmico, desconforto térmico local e qualidade do ar, resultando em baixos consumos de energia”, explica ao P3 Eusébio Conceição.

Esta nova geração de dispositivos, que considera a resposta higro-térmica do corpo humano e do vestuário permite uma gestão energética inteligente garantida a partir da noção de conforto térmico e tendo em conta a adaptação das pessoas ao ambiente.

Este projecto foi desenvolvido ao longo dos últimos dez anos e actualmente conta com quatro patentes. Todas as ferramentas foram financiadas por projectos científicos nacionais e internacionais e “os trabalhos científicos resultantes têm sido publicados nas conferências e nas revistas internacionais mais importantes da área”, revela Eusébio.

Ao longo desta década de investigação têm sido desenvolvidos vários protótipos do dispositivo. No entanto, “apesar de não estarem muito distanciados do produto final, [os protótipos] requerem ainda algum trabalho de finalização, principalmente no desenvolvimento da linha de montagem e do seu enquadramento em equipamentos existentes no interior dos edifícios”, afirma o investigador. A implementação deste dispositivo tem como solução principal a sua inclusão em sistemas de iluminação pendentes.

O Egloo Comfort foi também pensado para ser aplicado em sistemas baseados em energias renováveis, como a radiação solar, geotérmica e biomassa. A utilização deste equipamento permite uma redução de mais de 35% do consumo de energia.

Quanto ao valor do produto, Eusébio revela que “tendo em conta a redução do consumo de energia que o dispositivo promove o preço do mesmo será amortizado em menos de um ano”.

“Até este momento, os maiores obstáculos, que fizeram com que o produto levasse tanto tempo a ser criado, estiveram associados ao equipamento, ao desenvolvimento de um “software” muito especializado e aos elevados custos das ferramentas de trabalho”, explica Eusébio.

Este dispositivo está a concorrer à 7ª edição do prémio EDP Inovação e é um dos projectos semi-finalistas. Neste concurso, a EDP distingue projectos na área da inovação tecnológica ou negócios ligados a tecnologias limpas no sector da energia. O projecto vencedor receberá 50 mil euros, que serão entregues em Novembro.

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