Alenquer e Carregado vão ter novo quartel da GNR

Câmara de Alenquer considera as condições das actuais instalações “desumanas” e desajustadas. Novo edifício vai custar 1,32 milhões de euros, pagos pelo Estado.

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Edifício onde se encontram instalados, há mais de 30 anos, o Posto e o Destacamento da GNR não têm "condições adequadas de trabalho", diz a autarquia PÚBLICO/Arquivo

As novas instalações do Destacamento e do Posto da GNR de Alenquer deverão estar concluídas até final de 2017, de acordo com um protocolo que vai ser celebrado, na próxima segunda-feira, entre a câmara municipal e o comando-geral daquela força de segurança. O investimento estimado é de 1,32 milhões de euros.

A autarquia cede gratuitamente o terreno (situado próximo da Estrada Nacional 1, a meio caminho entre Alenquer e o Carregado) e assume a concepção e a construção do novo edifício, recebendo depois as respectivas verbas da GNR. Numa nota, a Câmara de Alenquer explica que o projecto de arquitectura deverá ficar pronto até Dezembro, seguindo-se a adjudicação da obra, que a autarquia pretende que fique concluída “antes do final de 2017”.

A autarquia reconhece que o edifício onde se encontram instalados, há mais de 30 anos, o Posto e o Destacamento da GNR “não dispõe actualmente de condições adequadas de trabalho, encontrando-se degradado, com infiltrações, humidade e falta de espaço”.  

Em Junho, a autarquia admitiu mesmo que “as condições em que trabalham os guardas, muitos deles deslocados e obrigados a viver no posto, são desumanas” e que o actual edifício está “completamente degradado e desajustado”, originando “falta de condições de atendimento ao cidadão, em especial quando se trata de casos sensíveis do ponto de vista social, tais como violência doméstica”.

Há pelo menos duas décadas que se fala na necessidade de dotar a GNR de Alenquer de condições adequadas. O Destacamento (responsável pela segurança dos concelhos de Alenquer e Azambuja, com mais de 60 mil habitantes) e o Posto Territorial funcionam num imóvel adaptado da zona antiga de Alenquer, onde as condições de acesso e de parqueamento também não são ideais. Por outro lado, a vila do Carregado (actualmente a mais populosa do concelho de Alenquer, com mais de 12 mil habitantes) nunca teve posto de forças de segurança.

Essa reivindicação foi sucessivamente feita por autarcas locais, mas o ministério da Administração Interna (MAI) argumentava sempre que a distância entre Alenquer e o Carregado (três quilómetros) não justificaria outro posto. A solução agora encontrada vem de alguma forma responder à questão, uma vez que o novo edifício da GNR será construído próximo do IC 2 (antiga Nacional 1), praticamente a meio caminho entre Alenquer e o Carregado, na zona da Carambancha.

A autarquia de Alenquer recorda que o Destacamento e o Posto local da GNR têm, actualmente, 62 efectivos distribuídos pelos serviços gerais, núcleo de investigação criminal, secção de programas especiais (escola segura, apoio a idosos) e núcleo de proteção ambiental (SEPNA). Segundo a câmara, o MAI reconheceu agora que o actual edifício “não dispõe de condições adequadas à missão desta força de segurança”.

Quando estiver concluída a transferência dos serviços para as novas instalações, a GNR compromete-se a devolver as actuais à câmara. Segundo Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer, o imóvel poderá ser, então, objecto de uma candidatura a fundos comunitários dos PEDU (Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano), eventualmente para a criação de um espaço de promoção do centro histórico de Alenquer e das indústrias criativas.

A assinatura do protocolo, que se realiza no salão nobre dos Paços do Concelho de Alenquer, deverá ser presidida pela ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues.

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