Reviravolta russa tira Sporting da Liga dos Campeões

Equipa de Jorge Jesus perdeu por 3-1 na segunda mão do play-off e foi eliminada pelo CSKA Moscovo.

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Doumbia no lance do 1-1, em que o avançado marfinense tocou a bola com o braço Maxim Shemetov/Reuters

A presença na fase de grupos da Liga dos Campeões era um sonho que se esfumou para o Sporting. Os “leões” foram derrotados pelo CSKA Moscovo (1-3) na segunda mão do play-off de acesso à principal competição europeia de clubes, deixaram fugir a vantagem que levavam de Alvalade (2-1) e vão ter de contentar-se com a Liga Europa. Um golo de Teófilo Gutiérrez acalentou as esperanças “leoninas”, mas o segundo tempo da partida na Rússia foi um autêntico pesadelo para a equipa de Jorge Jesus. Dez anos depois de uma traumática derrota perante o CSKA, em casa, na final da Taça UEFA, o imaginário sportinguista soma outra má memória com o emblema moscovita.

Não foi uma noite de roleta russa, porque o prémio fugiu ao Sporting. Em vez de 14 milhões de euros (dois por vencer o play-off e 12 pela presença na fase de grupos da Champions), entram nos cofres “leoninos” 5,4 milhões: três na qualidade de derrotado na eliminatória da Liga dos Campeões e 2,4 como prémio por disputar a fase de grupos da Liga Europa. Os “leões” foram relegados para a segunda competição da UEFA por uma reviravolta russa. Durante mais de uma hora tiveram o próprio destino nas mãos, mas talvez tenham apostado demasiado cedo num hipotético prolongamento, que não chegou a acontecer.

Quem assistisse aos primeiros minutos do encontro não diria que era o CSKA que estava em desvantagem e obrigado a dar a volta à eliminatória. Os “militares” mostraram-se lentos, quase apáticos, concedendo espaços ao Sporting, que não se fez rogado em explorá-los: uma arrancada fulgurante de Carrillo, um bom passe de Aquilani para Bryan Ruiz, cujo remate não saiu enquadrado com a baliza, ou uma jogada de João Pereira com Teo Gutiérrez foram os primeiros apontamentos de perigo na Arena Khimki. Mas a equipa de Leonid Slutski despertou aos 23’, com um remate perigoso de Doumbia, que saiu ao lado, e não demorou a assumir o comando dos acontecimentos.

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Porém, as aspirações dos “militares” na eliminatória sofreram um golpe aos 36’, com João Pereira a descobrir Teo Gutiérrez com um excelente passe, que o colombiano aproveitou para arrancar rapidíssimo, isolar-se perante Akinfeev e fazer o remate para o golo. A vantagem já era dos “leões”, que agora ficavam ainda mais confortáveis. O CSKA precisava de marcar dois golos para forçar o prolongamento, e três para passar para a frente da eliminatória, tantos quantos os sofridos pelo Sporting nos quatro jogos oficiais disputados até ao momento.

Mas o pior cenário para o Sporting começou a desenhar-se na segunda parte. A equipa de Jorge Jesus ruiu como um castelo de cartas face às acelerações e combinações de Musa e Doumbia. Foram 45 minutos de descalabro que deitaram tudo a perder: os “leões” permitiram que o CSKA igualasse o jogo (1-1) e depois a eliminatória (2-1), ficaram à espera do prolongamento, e depois concederam o golo (3-1) que ditou a despedida da Liga dos Campeões.

A forma como o CSKA chegou ao empate foi marcante pelas sequelas que deixou em vários jogadores. Doumbia, que já tinha marcado em Alvalade, fez o 1-1 num lance desastrado do Sporting: tudo começou num livre de Dzagoev que Adrien Silva, com um toque aparentemente involuntário, desviou para trás, na direcção da baliza. Doumbia antecipou-se a Naldo e tocou a bola, que ressaltou em Rui Patrício, roçou no braço direito do avançado e entrou.

A intranquilidade começou a apoderar-se da equipa de Jorge Jesus, que apenas aos 81’ fez o primeiro remate na segunda parte, com Aquilani a obrigar Akinfeev a defesa apertada, e no canto que daí resultou Slimani cabeceou para o fundo da baliza — mas o árbitro considerou que a bola saiu quando Carrillo marcou o canto. Nessa altura, o Sporting já perdia: Doumbia, a passe de Musa, voltara a marcar (72’).

O espectro do prolongamento pairava, mas Musa afastou-o. Tarde de mais para os “leões” reagirem. A reviravolta russa estava completa.

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