Ir a uma exposição e entrar na casa de Cesariny

Museu da Electricidade, em Lisboa, inaugura a 4 de Setembro exposição de fotografia de Duarte Belo.

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Duarte Belo
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Vivia no 2.º direito do número 6 da Rua Basílio Teles, em Lisboa, uma casa com as paredes cobertas de fotografias, pinturas e colagens (as suas, mas sobretudo as dos outros). Estava sempre rodeado de livros e de papéis, com os materiais que usava para trabalhar espalhados sobre as mesas e outros móveis: blocos, lápis, tintas, recortes… As estantes apinhadas de volumes dos seus autores: Rimbaud, Artaud, Pessoa (sempre Pessoa), Bocage, Borges, Octavio Paz, William Blake…

Duarte Belo fotografou tudo isto pouco depois de o poeta e artista plástico Mário Cesariny ganhar o Grande Prémio EDP, em 2002. As suas fotografias foram feitas há 12 anos, o autor de Pena Capital e de Manual de Prestidigitação morreu há nove. A mesma EDP, que em 2004/2005 lhe organizou uma retrospectiva no Museu da Cidade, mostra agora esta invasão domiciliária autorizada, com Cesariny a receber o visitante como por hábito recebia os amigos na Basílio Teles – sentado na cama, de chapéu e a fumar.

“Estas fotografias de Duarte Belo são como um navio de espelhos onde o mundo fechado de Cesariny nos entrega os seus sinais, as suas sombras, as suas solidões, os seus sóis, os seus fantasmas, os seus funâmbulos”, escreve José Manuel dos Santos, director cultural da Fundação EDP, no texto da folha de sala desta exposição.

Cesariny – em casas como aquela resulta de uma colaboração com a Fundação Cupertino de Miranda, dona do acervo, e abre a 4 de Setembro, no Museu da Electricidade, em Lisboa. 


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