Nos 30 anos de Regresso ao Futuro, Robert Zemeckis no MoMA

Do novo filme The Walk – O Desafio aos projectos de estudante, o “cineasta profundamente pessoal” é homenageado na rentrée do museu

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Um dos últimos da geração de cineastas americanos capazes de combinar o apelo popular e a expressão individual, diz o MoMA DR

“Um dos últimos da geração de realizadores americanos de estúdio que foram instintivamente capazes de combinar o apelo popular e a expressão individual”, Robert Zemeckis marca a rentrée do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque. Nos 30 anos do popularíssimo Regresso ao Futuro e a piscar o olho à data-referência que é a data em que o seu herói, Marty McFly, viaja para o futuro então distante de 21 de Outubro de 2015 no segundo filme da trilogia, o MoMA olha para a obra entre 29 de Setembro e 18 de Outubro com uma retrospectiva integral.

Em Busca da Esmeralda Perdida, Forrest Gump, O Náufrago, Contacto ou os menos conhecidos I Wanna Hold Your Hand (1978), Travões Avariados, Carros Estampados (1980), mas também uma selecção do seu trabalho para televisão e filmes enquanto estudante (as curtas A Field of Honour ou The Lift) vão passar no ciclo What Lies Beneath: The Films of Robert Zemeckis.

Os temas da solidão, do indivíduo e sua relação ora turbulenta, ora alegre, com a sociedade moderna, mas também o seu trabalho pioneiro na tecnologia cinematográfica (lembra-se de Quem Tramou Roger Rabbit? E a seguir vieram Polar Express ou Beowulf) serão também focados – para o MoMA, Zemeckis “alterou literalmente as dimensões do cinema americano”. Muito do seu cinema trabalhou o tempo, quer através da trilogia cujos inventos do futuro o nosso presente continua a perseguir (o hoverboard, a roupa que se ajusta ao corpo automaticamente) e que vai ser exibida de seguida a 3 de Outubro, à história delicodoce de Forrest Gump, o filme que nos Óscares de 1995 bateu Pulp Fiction.

Duas salas de cinema para acolher o trabalho de “um cineasta profundamente pessoal”, como o descreve o museu, que entregou a organização do ciclo ao seu curador adjunto de cinema Dave Kehr. Para ver também os seus documentários Robert Zemeckis on Smoking, Drinking and Drugging in the 20th Century e The 20th Century: The Pursuit of Happiness, ambos de 1999. Inicialmente descrito como discípulo de Steven Spielberg, que foi de facto seu mentor e produtor depois de o realizador de A morte fica-vos tão bem lhe ter mostrado um dos seus filmes feito na Universidade da Califórnia do Sul, Zemeckis afirmou-se no contexto da produção dos estúdios nas décadas de 1970/80 tanto quanto realizador quanto como argumentista – foi ele que escreveu, porém sem grande sucesso de bilheteiras, 1941 - Ano Louco em Hollywood de Spielberg e a emblemática trilogia Regresso ao Futuro, além de Polar Express ou do seu novo filme, The Walk.

Acabado de terminar, The Walk – O Desafio (estreia em Portugal a 8 de Outubro) será a estrela de uma projecção especial no ciclo do MoMA. Em 3D, é classificado como “uma experiência cinematográfica” ao invés de simplesmente um filme que relata a travessia entre as duas Torres Gémeas do World Trade Center pelo funâmbulo Philippe Petit em Agosto de 1974 (a mesma vista recentemente no documentário Homem no Arame, de James Marsh). O MoMA dá-lhe “uma honra tremenda”, diz Zemeckis, que vai estar à conversa com os espectadores a 29 de Setembro depois da exibição de The Walk – O Desafio, filme de abertura do festival de cinema de Nova Iorque. 

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