Crítico do timing escolhido por Francisco Martins para apresentar a sua candidatura a presidente da FPR, Lourenço Fernandes Thomaz diz estar na expectativa para saber como é que o único opositor de Carlos Amado da Silva já conhecido colocará em prática as ideias que defende. Sobre as eleições, deixa uma revelação: “Vai surgir uma terceira via de pessoas muito credíveis e competentes, que estarão prontas para servir o râguebi e não para se servirem dele”.

Francisco Martins é até ao momento o único opositor conhecido ao actual presidente. É um bom candidato?

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Sou amigo do Francisco Martins e prefiro não fazer muitos comentários nem dizer se é um bom ou mau candidato, mas o timing de apresentação da candidatura não foi famoso e fez-me lembrar situações do passado. Acredito que não tenha sido propositado, mas a poucos dias de Portugal disputar a repescagem para os Jogos Olímpicos, não me parece bem apresentar-se como candidato. Não consigo ver qual foi o objectivo, a não ser destabilizar. Para além disso, desta vez vamos ter eleições que vão eleger um presidente e uma direcção, e ainda bem que é assim. O Francisco Martins terá que dizer qual é a sua direcção e o seu programa. Uma coisa é o que ele quer, outra é saber como é que vai lá chegar. E isso é o mais importante. Já li duas ou três coisas em que fala de pacificação, mas o timing de entrada de pacífico teve muito pouco.

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Acredita que surgirá mais alguma alternativa?

Não acredito, tenho a certeza. O râguebi precisa disso. Vai surgir uma terceira via de pessoas muito credíveis e competentes, que estarão prontas para servir o râguebi e não para se servirem dele. Estarão prontas para delinear objectivos a médio prazo e serão pessoas que salvarão o râguebi português.

Que perfil deve ter esse candidato?

Terá que ser alguém experiente, que não veja o râguebi como um tacho, forte na sua vida profissional, com experiência de gestão e, acima de tudo, que saiba gerir o râguebi português como uma equipa, com tudo organizado, e não colocando os erros em cima dos outros e com esquemas e teias montadas. O râguebi não pode ser liderado por alguém que quer mandar sozinho.

Será o Lourenço Fernandes Thomaz a liderar essa terceira via?

Durante algum tempo fui alvo de muitas pressões de variadíssimos clubes, alguns deles não estava à espera, e de muitas pessoas para avançar com uma candidatura minha, mas posso garantir que não serei eu o candidato. Para se ser presidente da federação é preciso ter essa ambição. Eu adoro o râguebi português, mas para ter satisfação com o que faço não preciso de chegar a presidente da FPR. O que me deixa muito tranquilo e satisfeito com a terceira via que vem aí, é saber que serão pessoas muito mais competentes e habilitadas do que eu. Isso deixa-me completamente descansado e também devia deixar o râguebi português.

Acredita que os clubes vão querer uma mudança?

Infelizmente, em Portugal os clubes falam muito e quando chega a altura cada um olha apenas para o seu umbigo e pensa mais em si do que no bem do râguebi. Para o râguebi ser forte, credível para os seus patrocinadores e um projecto de sucesso, os clubes têm que parar de olhar apenas para os seus interesses. Caberá aos clubes dizerem o que querem e, se quiserem que tudo continue como está, que assumam as suas responsabilidades. Muitos dos que agora dizem mal são os mesmos que meteram esta direcção lá, algumas vezes com trocas de favores, o que acontece muito no râguebi português. 

Leia a primeira parte da entrevista carregando aqui