Lançado livro 40 Anos de Políticas de Ciência e de Ensino Superior

Lançamento é esta terça-feira ao início da tarde.

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Miguel Manso

Ao longo de mais de mil páginas, as políticas de ciência e de ensino superior desde o 25 de Abril de 1974 são analisadas ao pormenor num livro que é lançado amanhã, terça-feira, às 14h30, no Grande Auditório do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (IUL). Organizado pelos investigadores e professores universitários Maria de Lurdes Rodrigues, do ISCTE-IUL, e por Manuel Heitor, director do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico de Lisboa, o livro será apresentado por José Pacheco Pereira.

“Esta publicação é uma obra antológica, contendo a descrição e a análise do percurso das políticas de ciência e de ensino superior ao longo dos últi­mos 40 anos, nas suas várias dimensões: dos fundamentos das políticas às decisões tomadas, aos recursos humanos, financeiros e institucionais que fo­ram sendo mobilizados, passando pela identificação e o reconhecimento do papel dos diferentes actores, incluindo os organismos internacionais, e tendo como pano de fundo a evolução registada no contexto político nacional e europeu”, escrevem, na apresentação do livro 40 Anos de Políticas de Ciência e de Ensino Superior, Maria de Lurdes Rodrigues, que foi ministra da Educação entre 2005 e 2009 (no primeiro governo socialista de José Sócrates), e Manuel Heitor, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entre 2005 e 2011 (nos dois governos de José Sócrates), período em que José Mariano Gago foi ministro da Ciência e do Ensino Superior.

Dedicado à memória de Mariano Gago (1948-2015), que também foi ministro da Ciência de 1995 a 2002, nos governos socialistas de António Guterres, e que teve um papel considerado decisivo em fazer do sistema científico português o que ele é hoje, o livro reúne mais de 30 capítulos, de diversos autores, e no final recolhe testemunhos de políticos e cientistas, desde Alexandre Quintanilha, Carlos Fiolhais, Manuel Sobrinho Simões até Luís Valente de Oliveira e Eduardo Arantes e Oliveira.

Com as eleições legislativas à porta, Manuel Heitor assina a conclusão do livro, intitulada Uma nova centralidade para o conhecimento nas políticas públicas, na qual apresenta uma nova agenda de apoio ao conhecimento em Portugal para a próxima década, defendendo: “(…) As políticas públicas orientadas para o aumento da despesa privada em investigação e desenvolvimento (I&D) têm de passar necessariamente pelo aumento da despesa pública, o que é contra-intuitivo à luz de uma interpretação ‘linear’ dos mecanismos geradores de inovação. (...) Observando a trajectória dos países que hoje mais investem fundos privados em I&D, verifica-se que, historicamente, esse surto foi precedido por elevados e sustentados investimentos públicos.”

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