Um amor de juventude

Primeira longa-metragem de Adriano Mendes: vale a pena espreitar.

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Um filme que restitui o “primeiro Verão”, a coisa mais importante da vida das personagens DR

Uma primeira longa-metragem que pega num tema clássico de tantas “primeiras vezes” do cinema português: a despedida da adolescência, aqui na forma dum primeiro amor que não é mais do que O Primeiro Verão do título.

Há no filme de Adriano Mendes uma seriedade juvenil, uma maneira de estar próximo das personagens que é de assinalar – é um filme que nunca “disparata”, que restitui de facto aquele “primeiro verão”, passado no interior serrano, como a coisa mais importante da vida das personagens. Tamanhas sinceridade e honestidade põe-nos logo do lado do filme, mesmo que ele se mostre desequilibrado, e eventualmente longo de mais, tendo em conta certas cenas onde falta força. Mas há outras, sobretudo quando o filme lança as suas personagens em derivas contemplativas pela paisagem, que carregam um pathos inesperado – certamente mais frágil do que, por exemplo, certas coisas de Mia Hansen-Love (Um Amor de Juventude), mas que no seu aspecto mais cru e menos calculado também ressaltam, por isso mesmo, como mais genuínas. Vale a pena espreitar. 

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