Caso Sócrates leva Ministério Público a fazer buscas em empreendimento turístico do Algarve

Procurador Rosário Teixeira e juiz Carlos Alexandre estiveram no empreendimento de Vale do Lobo, em Almancil. Na operação foi procurada documentação relacionada com antigos fornecedores. Caixa Geral de Depósitos detém 24% do empreendimento.

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José Sócrates é acusado de ter conduzido Portugal à bancarrota Miguel Manso

O Ministério Público fez esta quinta-feira buscas num empreendimento turístico no Algarve no âmbito da Operação Marquês, em que é arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates, confirmou ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República (PGR).

As buscas tiveram como alvo o empreendimento de Vale do Lobo, onde esteve o procurador titular do processo Rosário Teixeira, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, inspectores da Autoridade Tributária e agentes da PSP.

“O Ministério Público, no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, realizou buscas na região de Lisboa e no Algarve. Diligências, estas, efectuadas no âmbito da denominada Operação Marquês”, adiantou a PGR.

Também a administração daquele complexo turístico confirmou que as autoridades procuraram documentação e provas relacionadas com antigos fornecedores do empreendimento. Terá também sido recolhido material informático. “Toda a colaboração foi prestada”, insistiu fonte da administração.

O empreendimento turístico é propriedade de um conjunto de investidores portugueses e estrangeiros. O maior banco português, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) detém também 24% do capital da sociedade. A CGD está presente na estrutura accionista da Vale do Lobo - Resort Turístico de Luxo, S.A. através da Wolfpart, SGPS criada pelo banco em 2006. Em 2012, esta empresa apresentou resultados liquidos negativos superiores a 64 milhões de euros. O resort foi fundado em 1962 pelas multinacionais Trusthouse Forte e Costain plc que o venderam ao empresário holandês, a Sander van Gelder. Já no final de 2006, o resort foi vendido aos actuais proprietários.

No âmbito deste inquérito é também arguido o empresário e amigo de José Sócrates, Carlos Santos Silva, e Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena que é suspeito de ser um dos principais corruptores do ex-governante e está em prisão domiciliária.     

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