Moldavos na rua devido ao “desaparecimento” de 880 milhões de euros

Escândalo aconteceu no final de 2014 e envolve alegados empréstimos de três bancos a entidades desconhecidas. Dez mil pessoas saíram à rua na capital.

As ruas de Chisinau encheram-se de manifestantes no passado fim-de-semana, a reclamar a ausência de resultados da investigação ao desaparecimento de mais de 880 milhões de euros das contas de três bancos nacionais, levada a cabo pelo Banco Central daquela antiga república soviética. A Moldova é um dos países mais pobres da Europa e com maiores índices de corrupção.

“Estamos a cooperar activamente com a investigação e forneceremos todos os documentos necessários”, referiu na terça-feira Ilan Shor, o presidente do Banca de Economii, uma das três instituições de onde desapareceu o dinheiro. Citado pela agência Reuters, afirmou ainda que está “mais interessado do que ninguém em descobrir quem roubou o banco“. As outras duas entidades bancárias envolvidas no escândalo são o Banca Sociala e o Unibank.

Os 880 milhões de euros representam 15% do valor do PIB da Moldova e terão sido transferidos para entidades ainda desconhecidas, através de uma série de empréstimos pouco claros. Segundo a agência AFP, chegou às mãos da imprensa local um relatório de uma comissão parlamentar que refere suspeitas de que parte do dinheiro tenha entrado em bancos russos, hipótese ainda não confirmada.

O presidente do Banco Central da Moldova, Dorin Dragutanu, disse à Reuters que no final de Maio um grupo de analistas estrangeiros irá auxiliar as autoridades bancárias locais nas investigações.

Os protestos em Chisinau não foram motivados somente por este caso. Mostram também a oposição a alegadas práticas de corrupção que assolam o país desde os tempos da União Soviética. Os manifestantes pediram a demissão de vários políticos e de membros do Supremo Tribunal e da Procuradoria-Geral.

O descontentamento tem levado a um aumento do apoio às forças políticas consideradas pró-ocidentais, como mostra a recente eleição do novo primeiro-ministro, Chiril Gaburici.

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