Com Vem Por Aqui, editado no final de 2013, passou a ser impossível ignorá-los. A eles, aos Ermo, o duo bracarense formado por António Costa e Bernardo Barbosa que expunha ali, com citações de José Afonso, José Régio ou Voltaire, as vísceras de um país soturno, dorido, descrente.

A sua música, electrónica tingida a negro, cantada de forma intensa, no limite do perturbador, por António Costa, conjuga tons ambientais góticos, o lado visceral dos Mão Morta, e uma ideia de pop electrónica sabotada - não há lugar para o conforto e para o hedonismo despreocupado no mundo dos Ermo.

Depois de Vem Por Aqui, anuncia-se o próximo passo. Sairá a 24 de Março e é um EP: Amor Vezes Quatro. Na entrevista ao Ípsilon quando da edição de Vem Por Aqui, António Costa defendia que o percurso da banda seria necessariamente diverso, de salto estético em salto estético. Com uma constância: “Aquilo que está sempre presente é o facto de falarmos quase exclusivamente de Portugal e da nossa relação com identidade deste país”.

Amor Vezes Quatro será, nesse sentido, objecto único no percurso do duo. Quatro canções ilustrando, de forma adequadamente Ermo, outras tantas formas de amor – do romântico ao desesperado, do minado pela culpa ao grotesco. Sexo e religião, como perceberemos quando o EP chegar. Agora temos um vídeo, o de Fado teu, para ilustrar uma dessas visões. Apreciem-no aqui em exclusivo.