Antes do deus da guitarra Jimi Hendrix, houve o guitarrista Jimmy

Nova edição, com lançamento a 23 de Março, compila 14 canções gravadas por Hendrix enquanto guitarrista da banda rhythm'n'blues do cantor Curtis Knight

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You Can’t Use My Name: Curtis Knight & The Squires (featuring Jimi Hendrix) compila 14 canções gravadas entre 1965-67; Hendrix como guitarrista de um cantor r&b DR

Para carga mitológica superior, melhor seria que Jimi Hendrix tivesse chegado a Londres em 1966 como cometa vindo de lugar nenhum nos Estados Unidos, espalhando sobre o mundo, a partir da capital inglesa, a luz do seu génio. Não foi esse o caso. You Can’t Use My Name: Curtis Knight & The Squires (featuring Jimi Hendrix), mostra-nos (parte) do que aconteceu antes.

O génio não teve geração espontânea. James Marshall Hendrix, apesar dos curtos 23 anos quando aterrou na capital inglesa, já tinha um longo percurso como guitarrista no Chitlin Circuit, o circuito ao vivo que, em tempos de segregação racial nos Estados Unidos, acolhia músicos e outros performers negros. Foi enquanto guitarrista acompanhante de nomes como Little Richard ou Ike & Tina Turner que Hendrix aprimorou o seu talento nas seis cordas - prestando atenção à postura em palco das estrelas que acompanhava, começou também a preparar as suas incendiárias prestações em concerto.

You Can’t Use My Name: Curtis Knight & The Squires (featuring Jimi Hendrix), com edição marcada para 23 de Março em CD e vinil, compila catorze canções gravadas entre 1965 e 1967. Nela ouvimos Hendrix, ainda Jimmy, enquanto guitarrista de um cantor r&b hoje recordado precisamente pela ligação ao autor de Purple Haze - mas também algumas gravações feitas posteriormente ao início da sua carreira a solo, ao abrigo do contrato que mantinha activo com os representantes de Curtis Knight. 

Depois de décadas de litígio judicial (interposto pelo produtor Ed Chalpin, que assinara um contrato exclusivo de três anos com Hendrix em 1965, quebrado com o início da carreira discográfica do guitarrista em Londres, no ano seguinte), as gravações são por fim disponibilizadas oficialmente, remasterizadas e acrescidas de pelo menos um inédito, Station break, não incluído em nenhuma das dezenas de edições pirata com material semelhante lançadas ao longo dos anos.

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