Portugal já tem o seu "mel do amor", uma "poção mágica" feita com rosas

Empresa Sapientia Romana acaba de lançar um mel com pétalas de rosas que tem fins nutritivos e terapêuticos

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Adriano Miranda

O mel de rosas, baptizado de “mel do amor”, acaba de ser lançado pela mão de Ricardo Correia e Fátima Pinto. Os dois irmãos, curiosos das tradições romanas, criaram a empresa Sapientia Romana (Sabedoria Romana) com o objectivo de levarem uma experiência única e exclusiva a todo o país e além-fronteiras. Depois do sucesso alcançado com o mel de ouro, o primeiro produto lançado por esta empresa familiar no ano passado, Ricardo Correia quer, agora, aliar as já conhecidas propriedades benéficas do mel às menos conhecidas vantagens nutritivas e terapêuticas das pétalas de rosas biológicas.

“As rosas possuem propriedades nutritivas e medicinais de grande relevância que não são conhecidas pelos portugueses. Basta observarmos que as diversas infusões que se encontram à venda não incluem o chá de rosas, enquanto que, noutros países europeus, é muito vulgar encontrá-lo. Ainda há um caminho muito grande a ser feito para que a rosa seja associada a um produto alimentar, bastante saudável”, explicou ao PÚBLICO, Ricardo Correia. “Esta flor não só serve para fins alimentares, como para o tratamento de várias inflamações, doenças de pele e constipações, tendo sido mesmo utilizada em problemas relacionados com os órgãos reprodutores”, acrescentou.

Há dois mil anos, as rosas constituíam um elemento “omnipresente” nos costumes dos Romanos. Acompanhavam-nos em quase todos os momentos cruciais das suas vidas, desde nascimentos e aniversários aos funerais. Eram, ainda, utilizadas para efeitos místicos, em poções de amor, na aromatização dos alimentos ou estavam, simplesmente, como hoje em dia, associadas ao símbolo do amor. Com o Dia de São Valentim à porta, Ricardo Correia diz que “o produto é dedicado ao universo feminino”, embora pense que quem o irá adquirir sejam “maioritariamente os homens”. “O nosso mel é para quem quer ter uma experiência gustativa única ou quem quer surpreender os amigos ou a namorada e dar um presente diferente”, sublinhou.

As flores utilizadas na confecção do “mel do amor” têm de ser importadas da Alemanha, de uma empresa que comercializa rosas biológicas para consumo. “Em Portugal ainda não conseguimos encontrar nenhum fornecedor deste tipo de rosas”, lamentou o jovem empresário. Estas flores, específicas para alimentação, são mais pequenas, secas e sem adição de produtos químicos. O mel que utilizam provém de flores de rosmaninho, alecrim e urze da região de Aquae Flaviae, a designação romana da actual cidade de Chaves e que dá o nome ao produto. Quando misturaram os dois ingredientes, verificaram que o mel absorve o aroma e paladar das rosas, o que, explicou Ricardo Correia, “torna o produto realmente muito diferente e saboroso”. 

Depois do êxito que foi o lançamento do mel com pepitas de ouro, Ricardo Correia e Fátima Pinto, esperam que o “mel do amor” siga o mesmo caminho. “Depois de chegarmos a Espanha, à Suécia e a outros países, foram as próprias lojas que vendem o nosso primeiro artigo que nos desafiaram a lançar novos produtos, o que nos leva a dizer mais do que um caminho nacional, a marca tem de seguir um percurso internacional”, salientou. Para o futuro, Ricardo Correia disse que vão lançar uma nova gama de mel já no início do Verão. Embora não possa adiantar mais pormenores, deixou a garantia de que não tem conhecimento que “exista outro igual no mundo”.

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