EUA avançam para sanções contra a Coreia do Norte por causa de pirataria à Sony

É a primeira resposta de Washington ao ataque informático. Obama deixa porta aberta a novas medidas.

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O filme The Interview é uma comédia sobre a tentativa de homicídio de Kim Jong-un KCNA / Reuters

O Presidente norte-americano, Barack Obama, tinha prometido uma resposta “proporcional” ao ataque à produtora que os Estados Unidos atribuem a piratas informáticos ao serviço do Governo de Pyongyang, por causa do filme The Interview, que gira em torno de uma entrevista e do assassino do lídre da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Essa resposta apareceu mais de um mês depois, sob a forma de um reforço das sanções económicas já existentes contra a Coreia do Norte.

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O Presidente norte-americano, Barack Obama, tinha prometido uma resposta “proporcional” ao ataque à produtora que os Estados Unidos atribuem a piratas informáticos ao serviço do Governo de Pyongyang, por causa do filme The Interview, que gira em torno de uma entrevista e do assassino do lídre da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Essa resposta apareceu mais de um mês depois, sob a forma de um reforço das sanções económicas já existentes contra a Coreia do Norte.

A ordem executiva assinada por Obama “é uma resposta às acções e políticas provocativas, desestabilizadoras e repressivas do Governo da Coreia do Norte, particularmente o seu ciber-ataque destrutivo e coercivo à Sony Pictures Entertainment”, lê-se no comunicado da Casa Branca. “As acções de hoje [sexta-feira] são apenas o primeiro aspecto da nossa resposta”, conclui o documento.

Logo após a condenação pública de Obama em relação ao ataque informático norte-coreano, o país ficou sem acesso à Internet durante nove horas. E o mesmo aconteceu depois de KIm ter chamado "macaco a Obama".

O Governo norte-americano não assumiu qualquer responsabilidade pelo sucedido e, nesta sexta-feira, pouco depois do anúncio das sanções, um responsável da Administração sugeriu ter sido o próprio regime norte-coreano a ter orquestrado o apagão, em declarações à Reuters.

O Tesouro norte-americano acrescentou dez responsáveis norte-coreanos, duas empresas de armamento e o serviço de inteligência do regime à lista de sanções, que “negam às pessoas designadas o acesso ao sistema financeiro dos EUA e proíbem cidadãos dos EUA de entrarem em transacções ou negócios com eles”.

As sanções passam a abranger o serviço de informações de Pyongyang (RGB), que de acordo com os EUA é por onde passam “muitas das principais operações informáticas da Coreia do Norte”, a Empresa de Comércio e Desenvolvimento Mineiro da Coreia, qualificada como a “principal negociante de armamento” do país, e a Empresa de Comércio Tangun, “responsável pela aquisição de mercadorias e tecnologias de apoio à investigação de defesa e aos programas de desenvolvimento”.

“Iremos continuar a utilizar esta ferramenta alargada e poderosa para expor as actividades dos dirigentes do Governo norte-coreano e das suas entidades”, garantiu o secretário do Tesouro, Jacob Lew, num comunicado.

Os Estados Unidos já aplicaram sanções à Coreia do Norte em outras ocasiões, nomeadamente por causa do desenvolvimento de armamento nuclear. Um novo foco de tensão emergiu nas relações entre os dois países depois do ataque informático que, no final de Novembro, expôs material confidencial sobre os funcionários da Sony e revelou emails com informações embaraçosas sobre algumas das maiores estrelas de Hollywood.

As ameaças do grupo de piratas informáticos – autodenominado Guardians of Peace – levaram a produtora a cancelar a estreia e a exibição do filme The Interview, uma comédia sobre uma tentativa de assassinato do líder norte-coreano, Kim Jong-un. A decisão da Sony foi criticada por Obama e, entretanto, o filme acabou mesmo por estrear, no circuito comercial normal nos EUA e também na Internet.