2015 em 10 exposições internacionais

Propostas em Madrid, Londres e Nova Iorque. Da arte antiga de Van Der Weyden à contemporaneidade de Doris Salcedo.

Björk fotografada em Portugal, 2003
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Björk fotografada em Portugal, 2003 Rui Gaudêncio
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Pã e Syrinx, de Peter-Paul Rubens Cortesia: Royal Academy of Arts
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A artista plástica Doris Salcedo em 2011, ano em que trouxe Plagaria Muda ao Centro de Arte Moderna da Gulbenkian Rui Gaudêncio
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Touro é uma das peças em destaque na exposição que o MoMA dedica à escultura de Pablo Picasso Cortesia: MoMA
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Paul Durand-Ruel, o marchand que descobriu nomes como Monet, Degas e Renoir Cortesia: National Gallery of Art
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A Onda>/i>, do mestre japonês Hokusai, dácada de 1830 Cortesia: Metropolitan Museum of Art
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>i>Gran Cairo, de Frank Stella, 1962 Cortesia: Whitney Museum
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Red and Yellow Vane, de Alexander Calder, 1934 Calder Foundation, Nova Iorque/Cortesia: Tate Modern
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O Calvário que Rogier van der Weyden pintou para o Mosteiro do Escorial Cortesia: Património Nacional de Espanha
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Evening, de Edvard Munch, 1888 Cortesia: Museu Thyssen-Bornemisza

Basta uma passagem rápida pelos sites dos principais museus nos Estados Unidos e na Europa para que o calendário das exposições internacionais de 2015 passe a incluir desde já nomes como Peter Paul Rubens, Frank Stella, Doris Salcedo e Björk. Umas são grandes retrospectivas, outras focam-se num dos aspectos da obra de artistas multifacetados.

Para facilitar a leitura, e porque a escolha é difícil, o PÚBLICO seleccionou três cidades – Nova Iorque, Londres e Madrid – e procurou compilar um menu diversificado que inclui produção ocidental e asiática, da arte antiga à mais contemporânea.

Entre as cinco propostas “americanas” da lista de 2015 está uma retrospectiva com nome próprio – Björk (7 de Março a 7 de Junho). O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) promete um mergulho no universo da compositora, cantora e artista, atravessando 20 anos e sete álbuns, de Debut (1993) a Biophilia (2011). Recorrendo a instrumentos, figurinos, sons, filmes e objectos vários, a exposição mistura uma narrativa biográfica com elementos ficcionais e líricos bem ao gosto de Björk, que aliás co-assina com o escritor e poeta Sjón Sigurdsson, colaborador de longa data, autor da letra de várias das canções desta islandesa, a “história” que o MoMA quer contar.

Do mundo de Björk, feito de cumplicidades com realizadores, artistas visuais, fotógrafos e designers de moda, o museu de Nova Iorque passa para um dos nomes mais importantes da arte do século XX. Picasso’s Sculpture (14 de Setembro a 3 de Janeiro de 2016) está a ser apresentada como a primeira exposição da obra em três dimensões do mestre espanhol realizada num museu dos Estados Unidos nos últimos 50 anos. Em foco estará a sua capacidade de combinar materiais e técnicas tradicionais com o que de mais inovador o seu espírito livre e transgressor tinha para oferecer. São mais de 100 esculturas, a par de uma selecção de fotografias e obras em papel, tudo para vermos até onde ia a sua capacidade de reinvenção quando se tratava de trabalhar volumes.

O Metropolitan Museum of Art chega ao início do ano com um aniversário de relevo - Asian Art 100 é o nome escolhido para um programa que festeja precisamente os 100 anos da sua colecção de arte asiática, uma das melhores do mundo, e se divide em 17 exposições que fazem zoom sobre o Japão, a China ou a Coreia.

Ainda em Nova Iorque, espaço para duas exposições no Guggenheim e no Whitney Museum. No primeiro, uma retrospectiva da colombiana Doris Salcedo, a artista de Plegaria Muda (Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, Lisboa, 2011). As esculturas e instalações a mostrar entre Junho e Outubro, muitas delas focando temas como o racismo, a violência social e o colonialismo, são das mais significativas do seu corpo de trabalhos e começaram a ser feitas na década de 1980. No segundo também há arte contemporânea. Frank Stella, um dos mais importantes artistas americanos vivos, vai ver a sua obra celebrada na maior retrospectiva da sua carreira, coincidindo com a instalação da importante colecção do Whitney na sua nova casa, um edifício desenhado pelo italiano Renzo Piano, que deverá inaugurar em Maio (a expo de Stella abre só no Outono).

Nos bastidores do impressionismo

A oferta 2015 em Londres é grande e diversificada, como é habitual. Na Royal Academy of Arts, conhecida na cidade por agendar a primeira exposição-blockbuster do ano, há Rubens and his Legacy: Van Dyck to Cézanne (24 de Janeiro a 10 de Abril), uma proposta que parte da obra do pintor barroco Peter Paul Rubens (1577-1640), célebre pelos seus nus femininos de formas generosas, para se deter no modo como influenciou os séculos seguintes, no percurso de artistas como Watteau, Delacroix, Turner ou Manet.

Em Inventing Impressionism a National Gallery vira-se para os bastidores e centra-se numa figura de referência do círculo impressionista – Paul Durand-Ruel, um marchand que descobriu nomes como Monet, Degas e Renoir e que, defendem os curadores da exposição, trabalhando para que a sua obra fosse reconhecida e devidamente apreciada, acabou por criar um mercado para a arte moderna.

Na Tate Modern propomos Alexander Calder: Performing Sculpture at Tate Modern (de Novembro de 2015 à Primavera de 2016), uma daquelas retrospectivas que prometem atrair multidões à antiga central eléctrica de Bankside. A obra do pintor, ilustrador e escultor norte-americano, popularizado pelos seus móbiles lúdicos e atraentes, verdadeiramente revolucionários, será aqui explorada, começando pela sua estadia em Paris, entre as duas Grandes Guerras, e o seu fascínio pelos movimentos de vanguarda, pelos universos do circo e do cabaret.

Para Madrid ficam reservados dois grandes artistas de origens e épocas bem diferentes: o flamengo Rogier van der Weyden (c.1399-1464) e o norueguês Edvard Munch (1863-1944).

A exposição do primeiro no Museu do Prado (24 de Março a  28 de Junho) parte do restauro d’O Calvário do Mosteiro do Escorial, que pertenceu à colecção de Filipe II de Espanha (I de Portugal), e é uma oportunidade rara para ver esta obra ao lado de outra igualmente importante que há já muito faz parte do acervo da pinacoteca madrilena, A Deposição da Cruz. A do segundo, que chega no Outono ao Museu Thyssen-Bornemisza, é feita em colaboração com o Museu Munch de Oslo e é a maior retrospectiva espanhola deste norueguês desde 1984. Vai mostrar 80 trabalhos do artista cuja linguagem radical continua a fascinar – e a perturbar – gerações.

 

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