2014 poderá ser o ano mais quente do último século e meio

Dados provisórios da Organização Meteorológica Mundial apontam possibilidade de novo recorde na temperatura média do planeta.

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O ano de 2014 está a caminho de se tornar no mais quente do último século e meio, desde que há registos meteorológicos fiáveis.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), de Janeiro a Outubro deste ano, a temperatura média global sitou-se 0,57oC acima do valor entre 1960 e 1990 e 0,09oC acima da média dos últimos dez anos.

“Se Novembro e Dezembro mantiverem a mesma tendência, então 2014 será provavelmente o ano mais quente desde que há registos, acima de 2010, 2005 e 1998”, avalia a OMM num comunicado divulgado esta quarta-feira em Lima, onde uma conferência da ONU discute os contornos de um novo tratado global para combater as alterações climáticas.

Com altos e baixos, o termómetro do planeta tem vindo a subir desde 1850. Segundo o último relatório do IPCC – o painel científico da ONU para as alterações climáticas – o aquecimento recente “é inequívoco”. Desde os anos 1950, muitas das modificações observadas “não têm precedentes no espaço de décadas a milénios”.

Mas a intensidade da subida da temperatura abrandou desde 2000. Os cientistas acreditam que esta estabilização pode ter a ver com a absorção de calor pelos oceanos, uma tese que ainda não está totalmente comprovada.

Ainda assim, nunca a Terra esteve tão quente nos últimos 150 anos como nesta década e meia. “Os dados provisórios para 2014 significam que 14 dos 15 anos mais quentes de que há registo ocorreram no século XXI”, afirma o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, num comunicado. “Não há uma paragem no aquecimento global”, completa.

Duas centenas de países estão neste momento reunidas em Lima, no Peru, para discutir o rascunho de um novo tratado global climático, que deverá ser adoptado no final do próximo ano. Segundo o IPCC, para conter o aumento da temperatura média global a 2oC até ao final do século, é necessário reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa já nas próximas décadas, chegando a zero em 2100.

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