Surpresa em Paris, Wallabies caem em Dublin

A Nova Zelândia apanhou um susto, mas manteve a tradição e voltou a derrotar o País de Gales

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Num fim-de-semana onde os adversários de Portugal venceram (a Geórgia bateu o Canadá por 35-24; a Roménia derrotou o Canadá por 18-9), registaram-se grandes jogos um pouco por toda a Europa, destacando-se mais uma proeza alcançada por Daniel Hourcade à frente dos Pumas.

Fiji–EUA: 20-14

Jogo de fraca qualidade técnica, com os fijianos a adiantarem-se no marcador na primeira parte, e os norte-americanos a correrem atrás do prejuízo na segunda. Boa reacção, embora insuficiente dos EUA, aproveitando a recorrente indisciplina fijiana com dois cartões amarelos, que não chegou para retirar a vitória construída nos primeiros 40 minutos pela equipa do Pacífico.

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Escócia–Tonga: 37-12

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Boa reacção dos escoceses à derrota da semana passada frente aos All Blacks, ao marcarem cinco ensaios sem resposta a Tonga, que apenas pontou através de penalidades do seu abertura Fosita. Os jogos de Novembro fazem antever que os escoceses podem entregar a “colher de pau” do próximo Torneio das Seis Nações a outro candidato.

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Itália-África do Sul: 6-22

Vitória suada dos sul-africanos, muito por culpa de um XV italiano a quem o resultado não assenta minimamente. Com um inesperado equilíbrio nas fases estáticas, os Springboks fizeram valer as suas armas individuais contra uma defesa “azzuri” muito competente e aguerrida. Destaque para mais uma exibição de gala do capitão Sergio Parisse que, no entanto, não conseguiu travar um colectivo sul-africano mais poderoso e resistente.

Irlanda-Austrália: 26-23

Os espectadores que encheram o Aviva Stadium, em Dublin, assistiram a um jogo magnífico. Numa primeira parte de loucos, a equipa australiana recuperou de uma desvantagem de 0-17 nos primeiros 15 minutos e colocou-se a vencer por 20-17, mas uma penalidade de Sexton, em cima do intervalo, deixou tudo empatado a 20 pontos. Numa segunda parte mais lenta mas sem perder a qualidade, assistiu-se a mais uma troca de penalidades entre os aberturas, com Sexton a levar a melhor sobre Foley e a permitir à Irlanda a sua segunda vitória contra uma grande selecção do Hemisfério Sul nesta janela de Novembro.

Inglaterra-Samoa: 28-9

Com um jogo sofrido e numa clara queda de forma face ao apresentado no Seis Nações deste ano, a equipa de Stuart Lencaster venceu mas não convenceu o exigente público de Twickenham. Levando de vencida uma formação samoana que nunca constituiu uma real ameaça à sua vitória, o jogo do “XV da Rosa” resumiu-se à solidez defensiva do capitão Chris Robshaw e à excelência técnica de George Ford, que com a sua vasta paleta de soluções no jogo à mão e ao pé dinamizou as aparentemente apáticas linhas-atrasadas de Sua Majestade.

França-Argentina: 13-18

Vitória forasteira no Stade de France de uma Argentina pragmática, que soube aproveitar como ninguém os espaços e as oportunidades (quatro pontapés de ressaltos!) frente a uma França que nunca se conseguiu encontrar na primeira parte, após estar a perder por 0-17. Destaque para a exibição do regressado capitão Puma Augustín Creevy, que liderou a sua equipa e elevou a fasquia dos seus jogadores na vitória argentina. A primeira derrota dos Bleus nesta janela de Novembro faz antever algumas mudanças no seio da equipa para os compromissos que se avizinham.

País de Gales-Nova Zelândia: 16-34

Tivesse uma partida de râguebi apenas 70 minutos e estaria aqui a escrever acerca de uma vitória galesa sobre os invencíveis All Blacks, algo que já não acontece há mais de cinco décadas. No entanto, se um jogo de râguebi tivesse 70 minutos, não teríamos assistido ao espectáculo que Beauden Barrett ofereceu no Millenium Stadium. Num duelo que começou com uma toada morna, parecia que as festividades do centésimo jogo de Richie McCaw como capitão dos All Blacks e a eleição de Brodie Retallick como Jogador do Ano World Rugby 2014 tinham adormecido os jogadores de ambas as equipas. Porém, o ensaio de Rhys Webb e as penalidades de Liegh Halfpenny sobreponham-se aos toques de meta de Julian Savea (quem mais?) e Jerome Kaino, com conversão de Barrett. Seria preciso, todavia, esperar pelos 10 minutos finais para os All Blacks mostrarem todo o seu poderio e selarem uma vitória segura em Gales.

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