Jovem cria directório de explicadores para “ajudar professores desempregados”

Portal gratuito Procuro Explicador surgiu para ajudar professores desempregados a divulgarem o seu trabalho

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Stephen Lam/Reuters

Um jovem programador da Feira lançou um directório nacional de explicadores, que funciona a título gratuito, para "ajudar os professores desempregados" a divulgarem os seus serviços e também para facilitar a pesquisa por parte dos educadores.

Em declarações esta terça-feira à agência Lusa, o criador da plataforma, Flávio Rodrigues, explicou que a base de dados nacional "foi concebida exclusivamente para ajudar explicadores e alunos, está aberta a pessoas de qualquer ponto do país e permite a pesquisa por localização geográfica" e outros filtros. "Claro que os estudantes também beneficiam com o 'site', mas o projecto surgiu sobretudo com a intenção de ajudar os professores desempregados", afirmou o programador. "Assim eles passam a ter uma forma mais fácil de divulgar o seu trabalho, para conseguirem assegurar uma fonte extra de rendimento", acrescentou.

O directório está disponível no site Procuro Explicador e a página arranca com a localização do utilizador num mapa. No que se refere aos explicadores, o primeiro passo é inscreverem-se na plataforma, disponibilizando os dados solicitados e descrevendo o tipo de serviço que prestam. A partir daí, a informação fica registada no sistema e, sempre que um educador ou estudante consulta o site, pode pesquisar que explicador lhe interessa, consoante a localidade onde aquele desempenha funções, as disciplinas a que dá apoio pedagógico ou o preço por hora que pratica.

Quando a escolha estiver concluída, há um formulário de contacto e, a partir dessa primeira mensagem, toda a negociação que se segue passa a desenvolver-se de forma privada, entre o explicador e o cliente. Posteriormente, há ainda a possibilidade de os estudantes e educadores darem uma pontuação ao explicador, o que, a certa altura, funcionará também como um filtro possível de pesquisa — embora Flávio Rodrigues admita que essa constituirá sempre "uma funcionalidade subjectiva", cujo uso abusivo não poderá ser devidamente controlado.

Quanto à evolução na procura, o programador é cauteloso nas suas expectativas. "Nesta fase, como o site só arrancou em Outubro, ainda temos poucos inscritos e há mais centros de estudos registados do que explicadores individuais", revela. "Mas a quantidade de informação a circular depende sempre do número de explicadores que lá se inscrevam, pelo que serão eles a definir o sucesso do site", realçou.

Cláudia Araújo é uma das profissionais que já anuncia os seus serviços no Procuro Explicador e, contactada pela Lusa através da própria plataforma, deu resposta ao pedido de declarações em poucos minutos. "A minha motivação para me inscrever foi a falta de emprego", contou a educadora de Vila Nova de Famalicão. "No entanto, mesmo que estivesse a trabalhar, ter-me-ia inscrito no site porque nunca se sabe onde estão as melhores oportunidades", reconheceu. No texto em que descreve os seus serviços, Cláudia Araújo apresenta-se como explicadora de Inglês de Espanhol, diz cobrar 10 euros à hora e despede-se em tom descontraído, com expressões típicas dessas línguas: "Hasta la vista, baby", "See you later, alligator".

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