“Nada disto é a África, tudo isto é África”

O número 4 da Granta-Portugal, que vai chegar a casa dos assinantes na segunda quinzena de Outubro e estará nas livrarias no dia 31 de Outubro, é dedicado ao tema África

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Uma fotografia da autoria de Ruy Duarte de Carvalho (1941 –2010) ilustra a capa da próxima Granta-Portugal. O número 4 da revista, que vai chegar a casa dos assinantes na segunda quinzena de Outubro e estará nas livrarias no dia 31 de Outubro, é dedicado ao tema África.

No entanto, no editorial da revista, o director Carlos Vaz Marques adverte que neste número da Granta não se pretende de modo algum retratar África. “O que aqui se apresenta são partes de África. Pelo confronto entre os textos traduzidos da Granta de língua inglesa com os inéditos de autores de língua portuguesa escritos para esta edição é possível perceber de um modo muito agudo quão diverso é um continente tantas vezes tratado como entidade homogénea. Todos estes textos, todos estes autores são casos singulares. Nada disto é a África, tudo isto é África. Caso a caso, história a história, num puzzle de vidas e culturas impossível de reduzir a um desenho único. Como já alguém escreveu, os plurais são sempre totalitários", escreve.

Ruy Duarte de Carvalho será evocado também nesta edição com uma selecção de mensagens pessoais enviadas a partir de Swakopmund, Namíbia, nos seus últimos dias de vida.

As páginas desta Granta abrem com o regresso do angolano Sousa Jamba, conta Carlos Vaz Marques. Depois de muito tempo sem publicar, o autor de dois romances muito aplaudidos nos anos 1990 (tendo inclusive chegado a publicar na Granta de língua inglesa) regressa a Angola, numa breve viagem ao passado. O ensaio fotográfico tem a assinatura do fotógrafo angolano Délio Jasse, finalista do prémio BES Photo deste ano e as ilustrações são de Alain Corbel.

Há textos de  Lídia Jorge e de José Tolentino Mendonça, de Chimamanda Ngozi Adichie, Teju Cole ou da Nobel Nadine Gordimer, falecida este ano.

E por fim, há ainda a correspondência que os escritores Mia Couto e José Eduardo Agualusa (um moçambicano, o outro angolano, separados pela geografia mas unidos pela língua e pela amizade) trocaram nos primeiros meses deste ano, por sugestão da Granta.

 

 

 

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