O Vodafone Paredes de Coura “já faz parte” das rotinas do Verão

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Paulo Pimenta

Cem mil espectadores e um dia, o último, esgotado (28 mil pessoas). Na noite de sábado João Carvalho, da promotora do festival, a Ritmos, não esconde a felicidade. Em declarações ao PÚBLICO explica o sucesso do festival que teve primeira edição em 1993, pequenino, apenas com grupos locais, com a “coerência na escolha das bandas” e com o cuidado posto nas condições oferecidas ao público. Mas olha em frente.

Nesse mesmo dia, já reunira com a Câmara Municipal de Paredes de Coura para preparar a próxima edição do festival. O objectivo, diz, será melhorar as infra-estruturas, assegurando mais zonas de descanso ou reunindo mais zonas relvadas. Deseja chegar a mais bandas, bandas maiores, sem desvirtuar a identidade do festival e sem ambição de fazê-lo crescer acima do que é neste momento. “Não queremos que seja maior e que tenha mais gente, queremos que tenha comodidade”, diz ao PÚBLICO. Acentua a necessidade de se interligar de forma cada vez mais consequente com a vila, de que já é, de resto, acentua, um “motor económico”. Quer, resumidamente, que o festival melhore e evolua sem perder a aura que o caracteriza. A aura? “Este ambiente que se cria, pacífico e de partilha, ou o facto de, por exemplo, não se ver praticamente ninguém a tirar fotografias com os telemóveis durante os concertos”, ilustra.

João Pedro Fonseca, 21 anos, e Gonçalo Costa, 20 anos, ambos estudantes de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, vêm a Paredes de Coura há três anos. Na vila, durante a tarde do último dia, dirão ao PÚBLICO que passar pelo festival “já faz parte” das rotinas do seu Verão. Não se surpreendem com a elevada presença de público. “Melhorou toda a logística e também foi melhorando em termos de cartaz. Não tendo aqueles nomes grandes do [Optimus] Alive ou do Super Bock [Super Bock], convence sempre”, justificam. Destacam igualmente o factor económico (“o preço dos bilhetes não mudou os últimos anos e isso é importante), e a organização do cartaz. “O dia de Franz Ferdinand era mais virado para o rock alternativo, o dia seguinte, com os Cut Copy, foi mais electrónico. [Essa diversidade] ainda puxa mais gente”, apontam.

Já no recinto, Bárbara Fonseca, estudante de fotografia, e Cláudia Machado, estudante de design de comunicação, ambas com 19 anos, aproveitam o descanso num dos baloiços. Perguntamos-lhe pelos seus dias no festival. “É um retiro espiritual”, ri Bárbara. Ela é repetente (esteve na edição anterior), Cláudia é estreante, mas estão em acordo quanto ao que as traz a Paredes de Coura: vêm “pelo ambiente” e “para conhecer bandas novas”. Tal como João e Gonçalo, chegaram vários dias antes de o festival começar, aproveitando a zona de campismo e a animação na vila. Para elas, o sucesso do Vodafone Paredes de Coura justifica-se, em grande parte, pelo “passa-palavra” (online e em presença). Bárbara e Cláudia tratarão de o fazer até à próxima edição. Falarão das bandas que descobriram, os Cage The Elephant, Thee Oh Sees, Black Lips ou Public Service Broadcasting, e do concerto daquela que aguardavam com mais ansiedade. Qual? “Beirut”, respondem em uníssono.

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