A estratégia da água seguida pelos extremistas no Iraque

Estado islâmico tem procurado apoderar-se das grandes barragens.

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A barragem de Mossul 12 mil milhões de metros cúbicos de água REUTERS

Na guerra pela conquista de território no Iraque, não é só a disputa pelos poços de petróleo que é fundamental. Um recurso natural igualmente precioso é a água – e por isso os fundamentalistas do Estado Islâmico têm tido como alvos importantes grandes barragens, como a de Mosul, a maior do Iraque.

“Estes extremistas não são apenas loucos. São metódicos na sua loucura. Têm conseguido obter dinheiro e recursos naturais, tanto petróleo como água, as duas coisas mais importantes,”, disse à BBC Salman Shaikh, director do Centro Doha da Brookings Institution.

Um receio era que utilizassem a posse da barragem no rio Tigre, cujos geradores podem produzir 1010 megawatts de electricidade, para chantagear o novo primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi. Tanto cortar o fornecimento de electricidade ou abrir as comportas para inundar Mossul, a cerca de 50km de distância, seriam ameaças consideráveis. A onda que chegaria a Mossul teria 20 metros de altura, diz a BBC. A barragem tem uma capacidade de 12 mil milhões de metros cúbicos de água e ali é gerada electricidade para uma grande porção do território do Norte do país.

Mas esta não foi a primeira barragem tomada pelo Estado Islâmico: a de Fallujah, na província ocidental de Anbar, caiu nas suas mãos já em Fevereiro. O grupo tem tentado ainda apoderar-se da barragem Haditha, a segunda maior do Iraque, a Noroeste de Bagdad, que fornece 30% de toda a electricidade do país. 
 

Notícia corrigida a 19 de Agosto: a onda teria 20 metros de altura e não 20 km

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