Trinta anos de Miguelanxo Prado em 60 desenhos na Galiza

A retrospectiva Mar Interior fica até Dezembro em Santiago de Compostela.

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Miguelanxo, um dos mais importantes ilustradores espanhóis, tem agora a sua primeira retrospectiva ENRIC VIVES-RUBIO

Cerca de 60 obras e mais uns tantos esboços tentam fazer a retrospectiva da carreira de Miguelanxo Prado em Santiago de Compostela – tentam porque são 30 anos de vida e obra de um ilustrador galego que já fez um pouco de tudo, das novelas gráficas aos cartazes, das ilustrações para livros aos comics puros e duros, das mascotes às séries de animação na década de 1990 (na televisão galega, mas também na norte-americana, com a série Men in Black, produzida por Steven Spielberg). Chama-se Mar interior, porque é esse um dos traços que atravessam a sua obra, o do azul e verde do mar que domina uma das duas partes da exposição recém-inaugurada e que estará até Dezembro no Museo das Peregrinacións.

Comissariada pelo seu editor, Fausto Isorna, Mar interior é também uma oportunidade de o artista se reencontrar consigo: “Também sou eu, ou melhor dito, fui eu, que fez aquela ilustração na imprensa, ou aquela capa para um disco, aquele comic, ou aquele cartaz”, escreve Prado no catálogo da mostra, citado pelo diário espanhol El País. “A mais valia da obra de Miguelanxo Prado é que vai mais além da experiência estética. É um artista, mas mas também é um humanista que está preocupado com as pessoas, os seus problemas e as suas frustrações”, diz ao mesmo jornal o seu editor e agora comissário. O mar, então, que domina parte da sua obra e agora a sala grande do museu, da premiada novela gráfica Ardalén à ilustração sobre D. Quixote que produziu em 2005. Mas também esse lado social, reflectido nas suas séries de comics dos anos 1980 (todo um culto em Espanha e uma exportação para os EUA). 

Miguelanxo Prado, formado em arquitectura e também escritor, é um dos mais importantes ilustradores espanhóis e tem em Mar interior a sua primeira exposição antológica na sua Galiza natal. O autor de Trazo de Tiza, Crónicas Incongruentes ou Quotidiania Delirante já foi premiado nos salões de BD do seu país mas também no reputado festival de Angoulême e recebeu o ainda mais reputado prémio Eisner (para melhor antologia, em 2004).  

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