Obra em Lisboa onde morreu trabalhador fica suspensa até final do inquérito

Empresa garante que a obra está licenciada, sinalizada e comunicada à ACT.

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Enric Vives-Rubio

A Lucios – Engenharia e Construção, responsável pela obra no edifício da Espírito Santo Property, do grupo GES, divulgou um comunicado em que garante que a obra está “devidamente licenciada, sinalizada e com comunicação prévia enviada à ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho”. O prédio de cinco pisos, antigo, está a ser esventrado para depois ser totalmente recuperado. Manterá a fachada, que tem as janelas fechadas a tijolo, e está amparada por uma estrutura de ferro.

“A obra encontra-se suspensa por tempo indeterminado até conclusão do inquérito para apuramento do ocorrido”, anuncia a Lucios, que envia condolências à família da vítima mortal e se disponibiliza para apoiar o trabalhador ferido.

Afastando a ideia de que os trabalhos não tivessem coordenação e orientação superior, a empresa diz ser “prática ordinária” realizar reuniões “semanais” na obra para “coordenação de trabalhos, planeamento de tarefas, avaliação da segurança, avaliação de impactos ambientais e controlo de qualidade da obra com todos os intervenientes”.

O acidente ocorreu por volta das 18h20 quando os trabalhadores procediam à escavação de uma zona destinada à garagem do edifício de habitação que está a ser reabilitado, alguns metros abaixo da soleira. Houve um deslizamento de terras devido ao aluimento de taludes e os dois trabalhadores foram atingidos.

Os sapadores bombeiros conseguiram retirar um deles, um homem de 25 anos, que foi transportado para o Hospital de S. José com múltiplas fracturas. O outro homem, de 30 anos, estava soterrado e foi retido já morto, três horas depois.

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