Festival de Almada teve 20 mil espectadores
A 31.ª edição do Festival de Almada apresentou 30 espetáculos, 23 dos quais peças de teatro, e iniciativas paralelas como concertos, colóquios, sessões de cinema e tertúlias, num total de 139 sessões.
O director do Festival de Almada, Rodrigo Francisco, disse este sábado que o evento, que terminou hoje , registou cerca de 20.000 espectadores, sublinhando ter-se conseguido outro objectivo: "a renovação de público".
"Apesar de ainda não haver números exactos, tivemos cerca de vinte mil espectadores", disse Rodrigo Francisco, mostrando-se satisfeito por terem conseguido também "uma renovação de público, que é uma garantia de que o festival tem condições para continuar".Para a renovação de público contribuíram factores como a "aposta" na apresentação de peças do que é considerado o "novíssimo teatro argentino" e que "cativaram muito público jovem", referiu o também diretor da Companhia de Teatro de Almada (CTA).
O sentido dos mestres, um ciclo de cursos iniciado este ano sobre disciplinas relacionadas com teatro e que foi dirigido pelo actor e encenador Luís Miguel Cintra, contribuiu também para atrair tanto público como criadores mais jovens, acrescentou.
Rodrigo Francisco sublinhou ainda o facto de o festival se manter "fiel" aos princípios que nortearam a sua criação: "subversão dos valores comerciais, grande respeito pelo público e criadores e uma grande abertura a toda a gente, sem hierarquização de companhias".
"Continuamos a dar o mesmo tratamento e o mesmo valor a peças apresentadas por companhias de renome internacional como a peças de jovens criadores e até mesmo de quase desconhecidos", disse.
O Festival de Almada foi criado em 1984, pelo actor e encenador Joaquim Benite, que, em 1970, fundou o Grupo de Campolide (Lisboa) e, em 1978, o transferiu para Almada. Benite dirigiu a CTA e o Festival até à sua morte, em 2012.
No final da 31.ª edição foi atribuído a Tiago Bartolomeu Costa (crítico de artes perfomartivas do Público) o Prémio Internacional de Jornalismo Carlos Porto, instituído pela Câmara Municipal de Almada em 2008. O crítico de teatro Augusto Seabra, também do Público, foi um dos quatro vencedores de menções honrosas.
Al Pantalone, uma peça de Mário Botequilha, encenada por Miguel Seabra, foi escolhido público como Espectáculo de Honra, voltando, assim, à cena no próximo ano.
A peça conta a história do embuste perpetrado pelo banqueiro Pantalone e, apesar de remeter para o universo cómico italiano da commedia dell´arte, "debruça-se sobre a actualidade, sobre os tempos da bancarrota ética e moral", referiu Rodrigo Francisco.
A 31.ª edição do Festival de Almada apresentou 30 espetáculos, 23 dos quais peças de teatro, e iniciativas paralelas como concertos, colóquios, sessões de cinema e tertúlias, num total de 139 sessões.