"Gerador" cultural ligado à corrente e nas bancas

A Revista Gerador já chegou às bancas e promete levar a cultura portuguesa bem perto das pessoas, com um cheiro a bacalhau à brás e longe de elitismos

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De três em três meses, vai chegar às bancas a Revista Gerador, uma iniciativa que acredita que todos os portugueses são produtores de cultura e onde a arte não é de elites. De número em número, página a página, o leitor vai viajar por todas as artes.

A revista número 1 contou com a colaboração de 25 autores das diversas áreas da cultura, desde o teatro, à literatura, à ilustração, às artes performativas, entre outras.

Em 116 páginas, estende-se uma declaração de amor à cultura portuguesa, com cartas de todos os artistas pelo amor à sua área. E pode esperar-se de tudo: um conto policial, uma fotonovela e uma banda desenhada, entre muitos outros conteúdos exclusivos. A cada trimestre, será convidado um designer diferente para desenhar, do zero, toda a revista, de modo a que cada número seja único e diferente. Cada edição tem um custo de 5 euros.

Em entrevista ao P3, Tiago Sigorelho, um dos fundadores da Gerador explica que o projecto tem três princípios fundamentais: “desmistificar a palavra cultura”, tornar a cultura mais acessível a todos e difundir a ideia mais filosófica que a cultura “leva as pessoas a fazer diferenças nas suas vidas”. No fundo, confessa Tiago,o objectivo é “levar uma obra até onde as pessoas estão”.

Foi a cultura portuguesa que juntou Tiago Sigorelho, Miguel Bica e Pedro Saavedra e é a cultura portuguesa que os vai levar para a frente. Depois de um evento em que participaram, chegaram à conclusão que a cultura portuguesa tinha mais para oferecer do que o que chegava às pessoas.

Uma agenda eléctrica

A 26 de Julho, a equipa vai fazer acontecer aquela que intitularam a “primeira comunhão” Gerador. Das 15h às 23h, no Espaço Santa Catarina na Calçada do Combro, em Lisboa, toda a gente vai poder entrar gratuitamente e disfrutar de um serão com teatro, cinema, ilustração, arte urbana, entre outros. O tema do dia, “Como fazer cultura para todos hoje” vai reunir os cerca de 35 colaboradores do projecto, entre os quais a Fundação Serralves. A “comunhão”, promete Tiago, vai ser comemorada todos os anos.

Para o futuro, Tiago, Miguel e Pedro têm já planeadas várias iniciativas. Anualmente, esperam fazer um estudo sobre “o que os portugueses sabem sobre cultura” e descobrir quais são as lacunas a preencher e como levar a cultura mais perto das pessoas. Além disso, vão, a partir de Setembro, iniciar o “Trampolim Gerador”, em que, em períodos entre 7 e 15 dias, ocupam um espaço e fazem a sua curadoria, convidando jovens artistas a expor os seus trabalhos e a iniciar carreira. Já estão em agenda o Café Vertigo e o Fábulas Café, em Lisboa e o Maus Hábitos, no Porto.

Texto editado por Luís Octávio Costa

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