Optimus Alive rendido a Alex Turner

No primeiro dia do festival, um mar de gente estava ávido para ver e ouvir os britânicos Arctic Monkeys. Cinquenta e cinco mil pessoas estiveram no Passeio Marítimo de Algés

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Miguel Manso

Se ainda existiam dúvidas sobre a razão que levou o primeiro dia do festival Optimus Alive a esgotar bilheteiras, elas estavam definitivamente dissipadas pouco depois da meia-noite. À frente do palco NOS, um mar de gente estava ávido para ver e ouvir os britânicos Arctic Monkeys (55 mil pessoas, segundo dados da organização). Numa demonstração de que não pretendiam desiludir o público, a banda abriu com o inconfundível “Do I Wanna Know”.

Os primeiros acordes do single que marca o mais recente álbum da banda — “AM” — foram o suficiente para rasgar sorrisos na audiência e ao primeiro verso — “have you got colours in your cheeks?” — o público mostrou que estava de corpo e alma com Alex Turner e a sua banda. Impecavelmente penteado num estilo que inevitavelmente nos faz pensar em Elvis Presley (note-se que há sites com tutoriais para ter o cabelo igual ao do músico de 28 anos), Turner mostrou que sabe o que anda a fazer desde 2002. Seguro da boa música que proporciona a quem o ouve, Turner não precisou de andar de um lado para o outro no palco ou de grandes interacções com o público — a voz, a forma de segurar o microfone e um leve balançar do corpo são o suficiente para fazer suspirar a audiência feminina e fazer o público masculino comentar com o amigo do lado: “Este gajo é mesmo um patrão”.

O quarteto composto, além de Turner, por Jamie Cook, Matt Helders e Nick O’Malley tocou quase todas as músicas do "álbum AM" (apenas ficou de fora "Mad Sounds") e foi intercalando a "tracklist" do disco com clássicos como “505”, “I Bet That You Look Good On The Dance Floor” ou “She’s Thunderstorms”. O público conhecia o passado e o presente da banda e acabou a cantar em uníssono “All I wanna hear her say is ‘R u Mine?’”. Para muitos o Alive estava feito.

Antes dos Arctic Monkeys tinham estado no mesmo palco os nova-iorquinos Interpol. Num concerto menos vibrante que o da banda britânica, mas com uma qualidade musical de excelência, Paul Banks, Sam Fogarino e Daniel Kessler alternaram entre os clássicos e os temas mais recentes e mostraram por que vão a caminho das duas décadas de experiência. A começar com “Say Hello To The Angels”, o grupo terminou com o single “Slow Hands”, onde a voz de Banks se conjuga num perfeito jogo de sons com os acordes das poderosas guitarras da banda.

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Miguel Manso

Ainda estava de dia quando os Imagine Dragons, também responsáveis por levar muito público — grande parte adolescente — até ao Passeio Marítimo de Algés, subiram ao palco. A banda de Las Vegas levou o pop rock ao festival e entreteve um público que sabia de cor as músicas e que até teve direito a uma cover de Blur.

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Interpol Miguel Manso

São também de destacar as actuações dos britânicos Temples, no palco Heineken, e dos norte-americanos The Lumineers, no palco NOS. Os primeiros, numa estreia em Portugal, deixaram a audiência a desejar um breve regresso, quem sabe para um palco maior. Apresentaram o álbum "Sun Structures" num fim de tarde de calor e, de copo na mão, o som psicadélico da banda não podia ter soado melhor.

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Imagine Dragons Miguel Manso

No palco NOS estavam os The Lumineers, com um folk feliz e orquestral de que é difícil não gostar. Também no estilo folk tinha estado Ben Howard, mas com alguns problemas no som que não o terão deixado brilhar o que se supunha.

Com pouca gente, mas uma batida electro de referência, esteve o projecto alemão Pantha du Prince. O palco Clubbing encheu às duas da manhã ao som de Jamie XX. Esta noite há mais e as expectativas estão altas.

Artigo actualizado às 14h27 de 12 de Julho.

Foram corrigidos os nomes dos elementos dos Interpol.

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