Bruscamente no Quebeque

É um “progresso”, mas continua a ser um filme dominado pelo voluntarismo, “juvenil” e bastante narcísico, de Dolan.

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Tom na Quinta tem uma vantagem face aos precedentes, e tão desossados, tão lassos, filmes de Xavier Dolan: a coesão herdada da peça teatral que serviu de base ao argumento.

A filmar com um território narrativo assim definido (que não por coincidência também implica um território geográfico, um cenário com coordenadas precisas) as coisas correm imediatamente um pouco melhor, tanto mais que a narrativa, uma espécie de variação sobre o Bruscamente no Verão Passado de Tennessee Williams transposto para os confins do Quebeque, tem ideias fortes, entre a intensidade dramática e a sua corrosão por uma ironia sibilina.

É um “progresso”, mas continua a ser um filme dominado pelo voluntarismo, “juvenil” e bastante narcísico, de Dolan, e deixa a sensação de que ele aproveita tanto (os actores: a mãe e o irmão do morto, muito bons) quanto aquilo que desbarata (por tudo: o “racconto” final no bar, paupérrimo, sinal do abismo que existe entre Dolan e, por exemplo nada ao acaso, Mankiewicz).

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