Seguro tem “programa único” para Portugal e Europa

Líder do PS promete “trabalhar” para que se possa trabalhar onde se gosta. Seguro juntou-se à campanha logo de manhã, mas apenas na Figueira da Foz o conseguiu fazer. A chuva fez cancelar uma visita à feira de Soure.

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A chuva atrapalhou a campanha socialista Miguel Nogueira

“Sem contacto com os problemas reais dos cidadãos, a política não faz sentido." A frase, proferida por António José Seguro à chegada à Figueira da Foz deu o mote à sua passagem pela lota. De cada vez que encontrava um pescador, o secretário-geral do PS perguntava pela faina.

“Foi fraco”, respondeu a maioria dos interpelados. Como o operário transformado em pescador devido à crise. À entrada de um café, um homem de 27 anos explicava a Seguro que os dois anos de mar tinham sido antecedidos por um trabalho na CELPI, a fábrica de celulose. “Eu gostava era de trabalhar na fábrica onde estava”, reconheceu. Ao lado estava o primo, que ao acabar de estudar fôra também parar às traineiras.

“Vamos trabalhar para que as pessoas possam trabalhar onde gostarem”, garantiu Seguro ao pescador. E explicou como:  "O PS tem um programa de reindustrialização do país denominado 4.0. Esse nosso programa abrange todos os sectores de atividade. Queremos criar mais oportunidades de trabalho", acrescentou o líder do PS.

O “contacto” prosseguiu na lota da Figueira, apesar do número reduzido de trabalhadores. O secretário-geral não desperdiçou nenhuma oportunidade para se chegar às pessoas. Francisco Assis seguia atrás, mais discreto.

No final da visita, o cabeça de lista reagiu aos ataques de Paulo Rangel, que pedira o voto na Coligação como uma “vacina” para o despesismo socialista: “Esse tipo de discussão é do mais inútil que pode haver. Paulo Rangel tem vindo a construir uma teoria muito falaciosa acerca do estado do país, do que se passou no país, mas acho que já ninguém está disposto a ouvi-lo."

O contacto com as pessoas ficou por aí, já que o mau tempo atrapalhou a campanha em Soure. Quando a comitiva chegou à localidade, já a feira que pretendiam visitar estava praticamente desmontada.

"Programa único” para Portugal e Europa
“É para que os portugueses saibam ao que vão”. Foi assim que o secretário-geral do PS justificou esta segunda-feira em Soure a razão pela qual apresentou as linhas orientadoras do seu programa de Governo a uma semana das europeias.

António José Seguro assegurou que o programa que tem para Portugal é o programa que tem para o país, uma vez que as duas esferas “têm de estar articuladas”. “Não há um programa para Portugal e um programa para a Europa. Há um programa único do PS”, acrescentou, num almoço com cerca de 300 apoiantes.

O líder socialista centrou o seu discurso na Europa e na necessidade de crescimento económico. Tal como Francisco Assis, que considerou um “aviltamento” a Portugal as notícias que deram conta que a Comissão Europeia ameaçava com um segundo resgate, caso o país não fosse capaz de cumprir a meta dos 2,5% do défice.

O cabeça de lista acusou o Governo de ser responsável pela situação. “Eu tenho as maiores dúvidas que a Comissão Europeia se dirigisse nestes termos ao Governo alemão ou ao Governo francês”, afirmou Assis. A razão, rematou, foi porque Passos Coelho “não foi capaz de se dar ao respeito”.

O almoço foi a segunda iniciativa do dia, depois da visita à feira de Soure ter sido cancelada devido ao mau tempo, o que impediu um maior “contacto com as pessoas” com que Seguro pretendia marcar o dia da campanha. O que segundo Mário Jorge Nunes, presidente da câmara de Soure, até nem era um problema: “Podem não ser os mais mediáticos, os mais cativantes [Seguro e Assis], mas são os mais sérios.”

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