Gessé, o futuro vencedor do prémio Puskas?

O jogador, habitualmente suplente, do Atlético-AC, equipa brasileira do Estado do Acre, conseguiu marcar um golo que nem Pelé foi capaz de fazer.

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Muito provavelmente ninguém em Portugal já ouviu falar de Gessé. Na verdade, o avançado "reserva" do Atlético Acreano, equipa que só disputou a Série D do campeonato brasileiro uma única vez (2012), esteve no completo anonimato até ao dia 20 de Abril, quando fez o golo que nem o “Rei Pelé”, considerado por muitos o melhor jogador de futebol de todos os tempos, conseguiu fazer. Hoje, já existe uma campanha em volta do jogador para que o seu golo participe no Prémio Puskas, da FIFA.

Já faltava pouco para o jogo terminar no estádio Adauto Brito da Frota, no Acre, no norte do Brasil. O Atlético Acreano ganhava por 3-1, em casa, ao Andirá e o resultado já estava praticamente decidido. Gessé, que entrou como lateral direito na segunda parte (sim, lateral direito), mal podia imaginar que, naquele dia, iria tornar-se conhecido em todo o Brasil. O relógio já assinalava o minuto 84 quando, no seguimento de um pontapé de fora da grande área do guarda-redes adversário, o jogador de 27 anos apanhou a bola de primeira do meio do campo e balançou as redes da baliza do Andirá (ver vídeo).

Depois disto, foi só alegria. Gessé começou a receber elogios provenientes de todo o país, recebeu uma placa em memória do feito e foi, inclusive, criada uma hashtag, denominada #gessenopuskas - referindo-se ao prémio Puskas da FIFA, atribuído ao jogador que marca o golo mais bonito do ano (o último vencedor foi Ibrahimovic) - em seu nome, para promover a sua aparição na próxima cerimónia, realizada na Suíça.

Hoje, a campanha já conta com nomes de relevo, tais como o treinador Muricy Ramalho, o jogador Emerson Sheik, o ex-capitão da selecção brasileira do Mundial de 1970 – ano em que o Brasil ganhou o título – Carlos Alberto Torres, e Falcão, a estrela brasileira do futsal que protagonizou grande parte dos golos mais bonitos na história da modalidade. Como não poderia deixar de ser, Pelé também comentou o caso e admitiu que, “mesmo fazendo 1.283 golos”, não fez “nenhum igual [ao de Gessé]”. 

É, de facto, extremamente difícil o caso ganhar projecção suficiente para chegar ao Puskas. Ainda assim, é indubitável que, para além de ter marcado o golo que nem Pelé foi capaz de converter, Gessé também fez aquilo que Cristiano Ronaldo não conseguiu fazer na goleada por 4-1, frente ao Bayern de Munique, quando tentou, sem sucesso, um golo parecido.

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