Maioria dos credores salva Pescanova da falência

Banca vai passar a controlar grupo espanhol.

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Plano de viabilização da Pescanova passa pelo perdão de 60% da dívida

Com vista a chegar a um consenso para que a Pescanova não seja liquidada,os principais credores do grupo espanhol aprovaram na quinta-feira uma proposta de viabilização em que se dispõem a perdoar em cerca de 60% a dívida da empresa.

A proposta tinha sido apresentada, na passada segunda-feira, por sete instituições financeiras espanholas e contou com a aprovação de cerca de 70% dos credores da Pescanova, que fica, assim, livre de ser liquidada, noticiou o jornal espanhol Cinco Días.

Esta proposta permitirá aos credores arrecadar mais 300 milhões de euros do que os que estavam contidos no plano inicial desenhado pela dupla Damm e Luxempart, accionistas do grupo que em Março tinham apresentado uma solução que poderia levar a um perdão da dívida de 90%. A diferença, agora, é que a empresa terá de pagar uma dívida de 1000 milhões de euros para evitar a liquidação.

Além disso, a banca tomará controlo da maioria do capital da Pescanova, com o Sabadell, o Popular e o CaixaBank no papel de accionistas maioritários, já que é a estas instituições financeiras que o grupo deve mais dinheiro (quase 600 milhões de euros, no conjunto).

A ideia é reduzir o capital da empresa a praticamente zero e, posteriormente, efectuar um aumento de capital, que não será acompanhado por todos os accionistas, apesar de a proposta prever uma reserva de 5% para os antigos donos. O Cinco Días refere, aliás, que a cervejeira Damm deverá ficar com apenas 1% da Pescanova, quando actualmente detém uma participação de 6,2%, avaliada em 25 milhões de euros. 

Os principais credores da Pescanova irão tentar restabelecer o equilíbrio dos capitais próprios, que estão negativos em 1667 milhões de euros, escreve o mesmo jornal, acrescentando que a tomada de controlo pela banca poderá acontecer antes do Verão.

Existem agora duas soluções possiveis no que toca às filiais estrangeiras da Pescanova, incluíndo a existente em Portugal (uma unidade de aquacultura em Mira): se, por um lado, a banca opta por incluir estas subsidiárias no plano de recuperação ou se opta por extingui-las. 


Texto editado por Raquel Almeida Correia


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