Há mais Banksy nas ruas. A imagem de um novo stencil foi colocada no site do artista de rua e assim é oficial: a pintura de dois amantes que se abraçam, enquanto olham para os telemóveis é de Banksy. Já lhe chamam "Mobile Lovers".
O "graffito" mostra um par que, ao mesmo tempo que se abraça, num gesto de carinho, olha para o ecrã dos telemóveis, um nas costas do outro. Na pintura escura, a luz que ilumina as caras do homem e da mulher e que é o único ponto de luz do graffito vem dos ecrãs dos telemóveis.
Ainda não se sabe onde fica a parede que Banksy revela agora ter pintado, mas pensa-se que seja algures no Reino Unido por causa das duas linhas amarelas que circundam o passeio visível na fotografia.
Para além deste "graffito" de autoria já confirmada, há um outro, na cidade inglesa de Cheltenham que se pensa poder ser de Banksy pela técnica usada e pela crítica que faz, tão característica dos trabalhos do "graffiter" inglês. A imagem foi especificamente feita para aquele sítio: são três homens de gabardine, chapéu e óculos escuros – figuras que associamos a agentes secretos – à volta de uma cabine telefónica. Cada um tem na mão um microfone e gravadores e estão a escutar as conversas que qualquer um pode ter dentro daquela cabine. Este "graffito" faz ainda mais sentido se lembrarmos que em Cheltenham fica o centro de escutas britânico Government Communications Headquarters (GCHQ), que é alvo de polémica por ter colaborado com a Agência de Segurança Nacional Norte-americana (NSA) na intercepção de comunicações.
Estes são os primeiros trabalhos de Banksy desde a sua residência artística em Nova Iorque, em Outubro passado. Nessa altura, os desenhos de Banksy nas paredes norte-americanas juntavam multidões ao seu redor. Todos queriam tirar uma fotografia com os "graffiti" que mostravam ora um cão a urinar numa boca-de-incêndio, ora duas crianças a roubar uma lata de "spray" que tem escrito “'graffity' is a crime” ("graffiti" é crime). Apesar das fotografias das multidões e dos milhares de euros que valem as suas obras – como o stencil "Kissing Coppers" vendido em Fevereiro por 418 mil euros –, o trabalho de 15 anos de Banksy não é consensual. "É um vândalo, mas com talento, ao contrário dos outros que mais não fazem do que destruir o que ele faz, tentando ganhar notoriedade à sua custa”, disse o vereador da câmara de Nova Iorque Peter Vallone Jr., quando estes desenhos começaram a habitar esta cidade.
