Apito Dourado: tribunal declara nula descida do Gondomar em 2009

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Decisão surgiu na sequência do processo Apito Dourado Fernando Veludo

O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa considerou nulo o acórdão do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que ditou, em 2009, a descida administrativa do Gondomar, da Liga de Honra, por alegada corrupção.

O tribunal considerou inválido o recurso a escutas telefónicas na decisão que sustentou a despromoção do Gondomar, em 2009, na sequência do processo de corrupção desportiva designado "Apito Dourado".

Contactado pela Lusa, o presidente do Gondomar, Álvaro Cerqueira, confirmou que o clube recebeu a meio desta semana o acórdão, acrescentando que o estava a analisar "atentamente", para a possibilidade de "efectuar diligências" e "fazer justiça".

"O que o Tribunal de Lisboa diz é que ficou tudo em águas de bacalhau. Diz que temos razão e que nada foi provado. E agora? Vamos mexer-nos porque queremos ir para o lugar que nos tiraram. Agora, o tribunal dá-nos razão a nós, então agora temos de pôr tudo direito. Há muita gente em entrevistas a falar em verdade desportiva e agora tem de se fazer justiça", frisou Álvaro Cerqueira.

O dirigente desportivo garantiu que, a partir de agora, o Gondomar vai "fazer tudo" o que estiver ao seu alcance para voltar à II Liga, adiantando ter condições para inscrever a equipa nesta competição, já na próxima época desportiva.

"Se calhar eles [FPF e LPFP] vão querer recorrer. Se calhar isto ainda vai andar mais três ou quatro anos. Mas as pessoas têm de saber que nós ganhámos o recurso. Não podemos ficar quietos porque, caso contrário, estaríamos a dar-nos por culpados. Se resolverem já, vamos já para a II Liga", concluiu o presidente do Gondomar.

A 8 de Junho de 2009, a Comissão Disciplinar da Liga puniu o Gondomar, que já tinha descido por ter sido último classificado na Liga de Honra de 2008/09, com desclassificação e 78.000 euros de multa, por ter sido provada corrupção activa em seis dos 22 jogos que estiveram em causa. Dois casos foram arquivados e em 14 apenas foi provada corrupção na forma tentada.

O Gondomar recorreu, mas o CJ da FPF, em acordão de 30 de Junho de 2009, confirmou as decisões tomadas pela liga, julgando o recurso improcedente.

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