A Sexta de Bicicleta de Gonçalo Baptista

A paixão pela bicicleta levou este arquitecto de 39 anos a conceber uma linha de malas para transportar os seus objectos

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Gonçalo Pereira Baptista, 39 anos, é arquitecto e vive em Lisboa. Constata que as cidades que visitou onde existe um uso da bicicleta mais significativo têm uma vivência do espaço público bem mais agradável do que as cidades congestionadas por automóveis — e é isso que o faz recorrer à bicicleta como principal meio de transporte. A paixão pela bicicleta levou-o a conceber uma linha de malas para transportar os seus objectos na bicicleta. Hoje, o Bashô cycling club é uma das suas principais ocupações. Inscreveu-se no Sexta de Bicicleta há algumas semanas, sendo a sexta-feira o dia da semana em que tem uma utilização mais completa da bicicleta: casa-aula de ioga–trabalho-jantar com os amigos–casa.

O que muda na tua vida nas sextas-feiras em que levas a bicicleta contigo?

Divirto-me muito mais na bicicleta, não só porque estou a fazer exercício, coisa que me põe logo bem disposto, como desfruto mais do contacto directo com a cidade, e usufruo da relação mais próxima com as pessoas com quem me vou cruzando.

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Existem alguns mitos (sobre a utilização da bicicleta) que tenhas vencido?

Sim, pensava que seria mais complicado andar em dias com chuva, mas na realidade esses dias não são assim tantos e nem sequer chove durante muitas horas ao ponto de não se poder andar. Com roupa minimamente adequada é possível utilizar a bicicleta durante todo ano.

O que poderia melhorar nos percursos que realizas?

Existirem mais pessoas a deslocarem-se de bicicleta. Penso que é essa a principal melhoria que pode ser feita. E penso que cada um pode fazê-la. O respeito e até a admiração por quem está a pedalar surgirão depois, naturalmente.

Um momento em que te sentes mesmo bem a andar de bicicleta?

Quando encontro um amigo pelo caminho a partilhar pedaladas pela cidade.

Uma pessoa que gostarias de ver a andar de bicicleta e porquê?

Mais importante que do termos pessoas da praça pública a andar é termos as nossas praças mais públicas, cidades acima de tudo para as pessoas.

O que tens a dizer a quem diz que andar de bicicleta na tua cidade é impossível?

Mal de nós quando for impossível andar de bicicleta numa qualquer cidade. Isso seria apocalíptico. A bicicleta por ser um objecto muito simples adapta-se a qualquer ambiente. A meu ver, o pedalar está muito próximo do caminhar, e quando não podermos caminhar livremente numa cidade, então esse lugar não nos serve.

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