Munícipes da Câmara de Sertã acumularam dívidas de água num valor total de 400 mil euros

A autarquia fez um levantamento dos casos e enviou quase três mil cartas no passado dia 11 para se regularizar a situação.

A Câmara da Sertã enviou 2865 cartas aos munícipes que tinham as facturas de água em atraso, num valor total de 400 mil euros, para exigir a regularização das dívidas, disse esta terça-feira ao PÚBLICO a câmara. Algumas delas tinham os pagamentos em falta há sete anos.

Apesar de já terem conhecimento desta situação, o executivo liderado por José Farinha Nunes, do PSD, “está agora a reorganizar os serviços”. A autarquia pretende optimizar a gestão da água, tendo também instalado contadores em zonas de consumo do concelho que ainda não os tinham.

“Queremos acabar com a prática que há neste concelho de não pagar a água”, disse Paulo Farinha Luís, do gabinete do presidente da câmara. Há quatro anos na autarquia, este responsável disse que a câmara teve de tomar medidas porque a dívida nesta matéria já atingia os 400 mil euros.

A câmara acredita que as facturas em atraso não se devem à falta de possibilidades económicas. “Havia o hábito de não se pagar as contas de água porque não havia consequências. Cremos que os munícipes tinham plena consciência que a factura estava em atraso e são poucos os que não pagam porque não podem. Prova disso é o facto de muitos já terem vindo regularizar a sua situação”, afirmou Paulo Farinha Luís.

Nos primeiros três dias depois do envio das cartas, 200 munícipes foram pagar as suas dívidas. Nesta terça-feira, quinze dias depois, 1300 já efectuaram os pagamentos, tendo abatido a dívida total em 50 mil euros, ou seja, 12,5%.

“Acreditamos que a maioria virá à câmara regularizar a situação”, diz Paulo Farinha Luís. O prazo termina no final deste mês. O responsável garantiu ao PÚBLICO que só se cortará a água em Março àqueles que não regularizarem a sua situação, isto é, se não se apresentarem na câmara. “Podem pagar a crédito ou em prestações até 18 meses, liquidar as facturas em atraso, ou solicitar apoio social, caso não possam saldar a dívida. Queremos apenas que nos informem da sua situação para se regularizar os casos, consoante as necessidades”, conclui Paulo Farinha Luís.

 

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