Os álbuns da aventura americana dos Beatles vão ser reeditados

Há cerca de 50 anos, os Beatles foram pela primeira vez aos Estados Unidos e saíram de lá com a certeza de que eram a mais popular banda do planeta. Segunda-feira vão ser reeditados os álbuns do grupo que reflectem essa aventura americana.

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Foi há quase meio século, mais exactamente a 7 de Fevereiro de 1964, que os Beatles chegaram ao aeroporto John F. Kennedy de Nova Iorque, sendo recebidos com gritos por cerca de três mil fãs.

A banda de Liverpool já era um verdadeiro acontecimento na Europa, mas o gigante mercado americano ainda estava em certa medida por conquistar. O fenómeno desenvolveu-se aí de forma mais lenta. Daí que Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr tenham decidido empreender a primeira visita aos Estados Unidos.

A primeira acção de promoção foi desencadeada dois dias depois de terem aterrado em Nova Iorque, no popular programa de TV The Ed Sullivan Show. Nessa noite, 74 milhões de espectadores ligaram a TV para assistirem à interpretação de cinco canções, entre elas She loves you e I want to hold your hand.

Depois dessa estreia televisiva, a sua fama nos Estados Unidos nunca mais parou de crescer, tendo regressado várias vezes entre 1964 e 1966, ano em que deixaram de dar concertos, para se dedicarem sobretudo à composição, até à separação, em 1970.

Acontece que esta segunda-feira vai ser lançada uma caixa com 13 CDs, intitulada The U.S. Albuns, que acaba por recuperar os discos lançados nos Estados Unidos, com diferentes alinhamentos, misturas, títulos e capas, em relação às edições britânicas.

De notar que algumas destas edições, diferentes das britânicas, chegam pela primeira vez ao formato CD. Estão nesse lote as versões norte-americanas de registos como A hard’s day night, a banda-sonora do filme homónimo protagonizado pelos Beatles, Hey Jude ou Revolver.

Os 13 CDs são acompanhados por um livro de 64 páginas, contendo muitas fotografias do grupo e os anúncios promocionais da época, além de um texto inédito assinado pelo escritor e executivo norte-americano Bill Flanagan.

Há 50 anos, todos os passos dos Beatles em solo americano foram analisados com minúcia pela imprensa. Até Elvis Presley, nessa época a maior celebridade americana, enviou aos rapazes ingleses um telegrama desejando-lhes felicidades e uma boa estadia.

Depois da TV, os Beatles viajaram até Washington, para um concerto perante 8000 mil fãs em polvorosa, regressando a Nova Iorque a 12 de Fevereiro para duas noites esgotadas no Carnegie Hall. Quatro dias depois, regressaram para a segunda aparição no Ed Sullivan Show e, mais uma vez, a audiência foi massiva: 70 milhões de pessoas – cerca de 40% da população americana.

A 22 de Fevereiro, quando voltaram para Inglaterra, tinham a certeza adquirida de que o mercado americano estava conquistado. E mais ainda: os ecos da sua digressão triunfal contribuíram para que, no seu país natal, fossem ainda mais admirados. Quando chegaram ao aeroporto de Heathrow, tinham à sua espera cerca de 10 mil fãs em completo delírio, e a certeza de que agora eram mesmo a banda mais famosa em todo o mundo.


 

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