Temporário 12

De boas intenções está o indie americano cheio. E até de sinceridade. Eis um exemplo: um filme sobre os dias num centro de acolhimento para “menores em risco”, Temporário 12 é baseado nas experiências do realizador, Destin Daniel Cretton, como monitor numa dessas instituições. Dir-se-ia: é feito a partir de dentro, sabe do que fala, é a sua caução de autenticidade. A questão está em como transcender o risco de se tornar paroquial. Temporário 12 não é capaz. Escuda-se dentro do seu mundo, não se aventura para além dele porque aí se sente confortável. Mas isso provoca claustrofobia. Até porque este indie não se liberta de fórmulas, convenções - com toda a sua modéstia, não se excusa a ensaiar, para o espectador e para as personagens, algo próximo da exemplaridade (veja-se como abre, veja-se como fecha) e da experiência terapêutica. Não se avista daqui mundo cinematográfico.

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