Nem a chuva desmobilizou as centenas que "exigiram" a demissão do Governo em Belém

A decisão de inconstitucionalidade à convergência das pensões decretada pelo Constitucional foi aplaudida pelas muitas centenas que estiveram em Belém.

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Vigília em Belém esta quinta-feira Nuno Ferreira Santos

A “unidade do trabalho contra o capital” apregoada no hino da CGTP fez-se sentir no jardim da Praça Afonso de Albuquerque. Os manifestantes “exigiram” ao Presidente da República que vete o Orçamento do Estado para 2014, que demita o Governo e convoque eleições antecipadas.

Estava marcada para as 19H, a vigília organizada pela CGTP frente ao Palácio de Belém e nem a chuva impediu a presença de muitos jovens, trabalhadores, reformados e até de dois “jumentos que já não aguentam o peso do Orçamento e o vetariam”.

"A chuva nunca me afastou, não seria hoje", contava Maria Antónia. "Demitam-se, demitam-se todos", acrescentava.<_o3a_p>

De acordo com a organização da CGTP, cerca de 50 autocarros vieram dos distritos de Setúbal, Leiria, Santarém, Beja e Évora.<_o3a_p>

Os manifestantes reafirmaram a luta “contra o roubo das pensões, dos salários e subsídios”, contra a destruição de serviços públicos e das funções sociais do Estado e pela “defesa das conquistas de Abril”.<_o3a_p>

Archotes e fogareiros foram acesos para maior conforto dos que ali estavam. Joaquim Mesquita foi funcionário dos CTT e veio denunciar “o ataque ao Estado Social e a destruição do país”.  “Este governo está a mais”, ecoava em Belém. “Rua!”, gritava-se.<_o3a_p>

Fernando Rocha, 66 anos, combateu no Ultramar e é aposentado das finanças. Trouxe consigo o companheiro de luta, o cão Nico que “até já se propôs como conselheiro de Estado, mas não foi nomeado”. Fernando diz sentir-se cercado pelos sucessivos cortes a que chama roubos. Ainda assim, olha para o futuro com esperança e acredita numa “nova revolução em que povo volte a ter dignidade”.  <_o3a_p>

Representantes dos trabalhadores do Metro, dos CTT, do call center da EDP, das auto-estradas, da Câmara Municipal de Lisboa, o ex-presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria, um professor e investigador e o ex-director das Florestas intervieram no palco improvisado montado na carrinha de som do sindicato.<_o3a_p>

Devido ao frio e à chuva, os representantes das Carris, da Rodoviária do Tejo, Securitas e Moviflor abdicaram da sua intervenção a favor da de Arménio Carlos.<_o3a_p>

Certo de que as políticas do Governo “atentam contra os direitos humanos”, Arménio Carlos anunciou “que a luta continua” em 2014.<_o3a_p>

O líder da CGTP revelou que já está nos planos do sindicato a criação de um movimento pelo aumento do salário mínimo nacional e da produção nacional, pela “criação de mais e melhor emprego” e pelo combate à precariedade.<_o3a_p>

Arménio Carlos reafirmou que “há alternativas e há saídas para resolver os problemas do país e dos portugueses” e celebrou a declaração de inconstitucionalidade da convergência das pensões decretada pelo Tribunal Constitucional afirmando que esta “é uma vitória de todo o povo português que não se resignou”. <_o3a_p>

“Em relação ao Constitucional 1 a 0!”, declarou ao exigir a novamente a demissão do Governo que disse estar “fora da lei”. <_o3a_p>
 
 
 

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