Seguro quer o PS como o “grito de alerta” contra o Governo

Socialistas dedicaram esta quinta-feira a uma dezena de iniciativas sobre desigualdades e exclusão social.

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O líder do PS visitou um lar de idosos do concelho de Sintra BRUNO ALMEIDA

O papel dos socialistas é cada vez mais funcionarem como “o grito de alerta” contra o cenário de “empobrecimento” em que o Governo PSD/CDS está a deixar o país, afirmou nesta quinta-feira o secretário-geral do PS.

António José Seguro encerrou em Sintra, ao final da tarde, um dia que o PS dedicou a visitas a instituições de solidariedade social e a encontros na área da saúde e da educação, numa iniciativa subordinada ao tema “Combate às desigualdades e exclusão social”.“Há muita gente que necessita, há milhares e milhares de pessoas que precisam desse apoio social. Só quem não conhece o país é que não está a perceber a realidade com que vivem milhares de famílias no nosso país”, afirmou o secretário-geral socialista.

O líder socialista referiu os milhares de idosos que ajudam filhos e netos desempregados, “pessoas que estão a passar por privações e por necessidades”, e “situações gritantes de empobrecimento de milhares de portugueses que vivem abaixo do limiar mínimo de dignidade”.

A função do PS é, por isso, servir de “grito de alerta”, expressando a sua “revolta” por estas situações devido à situação de “pobreza em que o país está mergulhado que é necessário corrigir”. E como se corrige? “Criando riqueza, criando condições para nós possamos neste momento acudir aos milhares de famílias que estão numa situação muito difícil”, disse Seguro.

Questionado pelo PÚBLICO sobre se da iniciativa poderá resultar alguma iniciativa legislativa do PS na área da solidariedade social, o secretário-geral do PS disse apenas que “a maior iniciativa” do seu partido tem sido “dizer ao Governo que a prioridade não é o empobrecimento do país; a prioridade é a criação de riqueza”. Lembrou que a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, veio reconhecer que o PS tinha razão quando defendeu há dois anos que era preciso mais tempo para o ajustamento das contas públicas”, mas depois recusou especificar se os técnicos da troika com quem reuniu na passada semana se comprometeram a seguir os mesmos princípios da responsável do FMI.

Dirigentes do partido andaram pelo distrito de Lisboa, Évora e Vila Real e o programa terminou precisamente com António José Seguro na Terrugem, uma localidade do concelho de Sintra. O centro comunitário e lar, que inclui creche, jardim de infância, um lar da terceira idade com 24 quartos e que tem 42 pessoas, e ainda um centro de dia que acolhe outras quatro dezenas de idosos, abriu há quatro anos, e é uma parceria do Estado com a Câmara de Sintra e a associação de reformados local.

Seguro fez uma visita guiada ao espaço durante uma hora, distribuiu alguns beijinhos e apertos de mão, mas concentrou-se sobretudo nas explicações da responsável pelo espaço e dos novos dirigentes socialistas do município agora liderado por Basílio Horta, que até lhe mostraram a vista sobre a serra e a vila de Sintra.

No caso de Sintra, Basílio Horta disse ao PÚBLICO que o Fundo de Emergência Social que criou agregou alguns apoios sociais que o município já concedia, mas em 2014 será alargado dos 150 mil euros (que teve este ano) para 661 mil euros. Todo o sector da solidariedade social representará em 2014 um encargo de 3,1 milhões de euros, enquanto o orçamento deste ano foi de dois milhões. Esta é a única área em que a autarquia aumenta a despesa em 2014, acrescentou o presidente socialista.

Este aumento nas despesas de acção social foi conseguido através do corte em “gorduras” existentes noutras áreas, contou Basílio Horta. Como foi o caso da redução de 1,6 milhões de euros em avenças e prestações de serviços, mais um milhão de euros em cortes gerais nos SMAS. Na área da saúde estão previstos investimentos na ordem dos dois milhões de euros, em comparticipação em obras em quatro novos centros de saúde (Almargem do Bispo, Cacém, Queluz e na vila de Sintra). Há alguns projectos na área da segurança social, sobretudo de apoio aos idosos, mas estão todos parados. Nestes casos, o município costuma comparticipar em 20 por cento.
 
 
 

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