Depois do Óscar de melhor argumento adaptado pelos Descendentes de Alexander Payne, a dupla de actores e argumentistas formada por Nat Faxon e Jim Rash passa à realização com uma comédia melancólica sobre as crises da adolescência, naquele modo “indie-de-prestígio” que os estúdios de Hollywood adoptaram como seu. Pelo meio da fórmula que parece nortear O Verão da Minha Vida (adolescente desenquadrado e infeliz aprende a criar o seu próprio lugar no mundo graças a um adulto desalinhado e orgulhoso de o ser), gerida com desenvoltura mas sem especial brilho, há no entanto suficientes motivos de interesse para a fita valer um olhar menos despachada. O principal é o tom escarninho, desencantado, seco do humor, traduzindo o desespero surdo das suas personagens, que estão todas (miúdos ou adultos) em negação de uma realidade demasiado cinzenta, e dispostos a arriscar tudo em nome da aceitação pelos outros. O que falta a O Verão da Minha Vida em termos de personalidade cinematográfica e sentido de ritmo acaba por ser compensado pela pontaria emocional do guião e pelo trabalho do elenco e sobretudo dos miúdos Liam James e Annasophia Robb.
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