Reparação de navios marroquinos abre caminho à internacionalização dos estaleiros do Arsenal do Alfeite

Secretária de Estado Berta Cabral visitou Alfeite e assinou carta de intenções com a Marinha marroquina.

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Estaleiros situados junto a Almada devem potenciar a capacidade instalada e prestar serviço a outras Marinhas, avisou Berta Cabral. Carlos Lopes

A secretária de Estado adjunta e da Defesa Nacional, Berta Cabral, considera que a reparação de dois navios da Marinha de Marrocos nos estaleiros do Arsenal do Alfeite se insere numa estratégia de internacionalização daquela empresa pública.

“Esta cooperação com Marrocos é um passo muito importante no sentido da internacionalização e diversificação dos mercados, que o Arsenal do Alfeite tem procurado e que, com sucesso, também tem conseguido”, disse Berta Cabral.
Berta Cabral falava durante a cerimónia de assinatura de uma carta de intenções entre a Marinha Real de Marrocos e a empresa pública Arsenal do Alfeite, SA., depois de uma visita à fragata Hassan II, o segundo navio da Marinha Real Marroquina a ser reparado no Arsenal do Alfeite.

“A fragata Hassan II é o primeiro navio combatente da Marinha de Marrocos que está no Alfeite, mas já é o segundo navio de Marrocos, uma vez que já tivemos em reparação um navio logístico”, disse a secretária de Estado, congratulando-se com os elogios do chefe de Estado-maior e de outros responsáveis da Marinha Real de Marrocos.

“Privilegiadamente, a empresa pública Arsenal do Alfeite está orientada para a Marinha Portuguesa - e isto é muito importante porque o Alfeite é quase parte integrante da nossa Marinha -, mas tem também todas as condições para potenciar a capacidade instalada para prestar serviço a outras Marinhas e, neste caso concreto, à Marinha de Marrocos”, frisou Berta Cabral.

De acordo com o presidente do conselho de administração da empresa pública Arsenal do Alfeite SA., Jorge Camões, a estratégia de internacionalização está a ser orientada para captar o interesse de diversos países de língua oficial portuguesa. “Temos competências que fomos adquirindo em várias áreas - armamento, eletrónica e outras - que queremos internacionalizar e disponibilizar a outras Marinhas, designadamente de África (países africanos de língua oficial portuguesa) e Brasil”, disse.

“Queremos demonstrar que somos capazes. Para nós isto é uma atitude de marketing. A nossa estratégia não passa por facturar muito, mas por facturar bem e prestar um serviço de qualidade”, acrescentou, lembrando que os responsáveis da Marinha Real de Marrocos se mostraram particularmente satisfeitos com a qualidade dos trabalhos realizados nos estaleiros do Arsenal do Alfeite.

Jorge Camões escusou-se a revelar o montante envolvido na reparação da fragata Hassan II, alegando que o orçamento é confidencial, mas admitiu que o montante envolvido é “inferior a um milhão de euros”.

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