Nos museus com Canavilhas, vai ser assim o novo programa da SIC Notícias

Gabriela Canavilhas estreia-se este sábado como apresentadora. A deputada socialista dá a conhecer esta quinta-feira o programa que vai para o ar aos sábados de manhã.

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Programa é da autorida da antiga ministra da Cultura Paulo Ricca

São 13 episódios de apenas cinco minutos. Uma obra de arte e um museu todas as semanas. E muitas histórias. Vai ser assim Obra Prima, o novo programa da SIC Notícias que é da autoria de Gabriela Canavilhas, antiga ministra da Cultura e agora deputada socialista. O programa é esta quinta-feira apresentado e vai para o ar a partir de sábado.

A ideia surgiu de uma conversa informal entre Gabriela Canavilhas e Francisco Pinto Balsemão, dono da Impresa, grupo que detém a SIC Notícias, mas o programa é da autoria da antiga ministra da Cultura do Governo de José Sócrates. “Fui eu que fiz a selecção das peças, assim como sou eu que escrevo os textos”, diz ao PÚBLICO Canavilhas, explicando que a ideia deste programa é não só dar a conhecer o património português como também incentivar o público a visitar os vários museus do país.

“O grande público está ainda muito afastado dos museus, conhece algumas coisas mas há muitos detalhes que são desconhecidos”, continua Canavilhas, exemplificando com a Custódia de Belém, uma peça emblemática de ourivesaria do reinado de D. Manuel I (1506) e que pertence ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. “Há muitos detalhes destas peças emblemáticas e reconhecidas que nem todos conhecem. As peças de Bordalo Pinheiro também são um exemplo disto. Conhecemos tantas peças do Bordalo e não conhecemos outras facetas da sua criatividade, que obviamente existem”, diz a deputada socialista, pianista de formação, destacando ainda “obras mais contemporâneas como as de Helena Almeida e que escolhi mostrar [para o programa] em Serralves”.

As obras de arte apresentadas semanalmente são assim o ponto de partida para se poder falar do seu autor, da sua época e consequentemente do museu onde estão expostas ou, como diz Canavilhas, “cada peça serve de mote para uma viagem”, ainda que em apenas cinco minutos. “E desta maneira criar a vontade de visitar este museu.”

Os episódios do programa, que vai para o ar às 11h30, já foram todos gravados e a possibilidade de se poderem fazer ainda mais não foi discutida. “Não sei se esta será a primeira série se a única. Vai depender de vários factores, até mesmo da própria vontade da SIC em continuar”, explica Canavilhas, para quem o interesse do público também terá influência na continuidade. “Mas é cedo falar. Para já são estes 13, depois logo se vê.”

E foi exactamente por estar limitada a estes episódios que a agora apresentadora procurou mostrar uma diversidade de peças e de estilos, dentro e fora de Lisboa. “Fui a vários sítios, como ao Porto a Viseu e às Caldas da Rainha. Gostava de ter ido a mais lugares mas para já digamos que estas 13 selecções me pareceram as mais representativas”, acrescenta.

Para cada peça foi preciso ainda encontrar um patrocinador, mesmo que metade das peças, segundo Canavilhas, pertençam a museus públicos. “Isto é um programa inteiramente pago por patrocinadores privados, a Secretaria de Estado da Cultura não se quis associar a este projecto e por isso tive de encontrar também patrocinadores para as peças públicas”, diz, garantindo que em tempos de crise foi um desafio encontrar financiadores.

No fim, a apresentadora garante que resultou “uma listagem interessante, diversa e também muito curiosa”, tendo a certeza de que as pessoas vão gostar. “A minha preocupação não foi fazer uma leitura de historiadora de arte, que não sou, mas sim dar um olhar externo, de alguém que é consumidor de cultura e que pode olhar de forma mais desprendida”, explica. Com tudo isto espera “não só trazer mais conhecimento às pessoas sobre obras tão emblemáticas como também despertar-lhes a vontade de visitar os museus e de olhar para as peças de outro modo”.
 

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