Deve haver uma ironia kármica qualquer no facto de Steve Jobs ter passado o tempo a revolucionar a indústria dos computadores, e da sua Apple ter exortado a “pensar diferente”, enquanto este retrato biográfico faz tudo pelas mesmas regras de sempre do tradicional biopic Hollywoodiano, com o seu arco narrativo do herói que luta contra tudo e todos e vive triunfos e fracassos para realizar a sua visão criativa. Jobs é escorreito mas estranhamente impessoal, desaproveitando a maioria dos actores que convoca em entradas por saídas; serve como introdução básica à figura de génio irascível e perfeccionista de Jobs, com a vantagem de não escamotear o lado negro de um visionário que mudou de facto os paradigmas do computador pessoal. Mas, apesar do esforço honesto de Ashton Kutcher e de alguns bons momentos (sobretudo na primeira metade do filme), não é capaz de fazer justiça ao visionário nem à visão.
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