Há muito a recomendar no conceito de curiosidade, a começar pela abertura ao mundo e ao outro que ele permite. Viramundo é uma observação da curiosidade em acção, acompanhando o tropicalista Gilberto Gil numa viagem pela Austrália, África do Sul e Brasil em busca dos traços de miscigenação entre as culturas indígenas e ocidentais. Mas, apesar das descobertas que se fazem por aqui, o documentário do suíço Pierre-Yves Borgeaud afunda-se naquela combinação maçadora de idealismo multicultural primeiro-mundista e veneração bem-intencionada do exótico que identificamos com os primeiros tempos da world music ou com o primórdios da globalização. E o próprio Gil assume uma postura distante de guia benevolente no que parece demasiadas vezes um cruzeiro turístico, passando apenas ao de leve pelas paragens que vai visitando. Viramundo vale, ainda assim, pelo que desvenda das culturas aborígenes australianas e da sua relação ainda tentativa com as culturas ocidentais que continuam a contaminá-las em demasia.
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