Os reis não foram só Kings Of Leon

“Are you ready to sing?” perguntou Caleb Followill. E ergueram-se no ar milhares de telemóveis e máquinas prontos a registar o momento

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Cláudia Andrade

As expectativas eram altas para o último dia de festival e o Passeio Marítimo de Algés sentia-se mais cheio do que nos dias anteriores.

Começar a tarde com os portugueses Brass Wires Orchestra foi a escolha feliz dos muitos que antes das sete ocuparam a tenda da Heineken. Aos dez elementos em palco — que formavam uma verdadeira orquestra com sopros, cordas e bateria — juntou-se o público que cantou, bateu palmas e especialmente sorriu provavelmente por pensar que é bom ter uma banda indie/folk rock assim em Portugal. Ao mesmo tempo, Linda Martini ocupavam o palco principal numa actuação que, pelo que se ouviu, não terá desiludido os seguidores da banda já com dez anos de carreira.

As horas que marcaram o fim do concerto dos BWO ainda permitiram uma viagem até ao som nostálgico do jovem britânico de 19 anos, Jake Bugg, que aproveitou a passagem por Algés para mostrar duas músicas nunca antes tocadas. O público que rodeava o palco principal pareceu gostar mas foram músicas como “Lightning Bolt” e “Two fingers” que mais animaram o espaço.

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Linda Martini Cláudia Andrade

Bateram as oito horas e as estrelas foram os australianos Tame Impala que prenderam à arena um público que se revelou bem conhecedor de “Lonerism” – o segundo álbum da banda. “It feels like we only go backawards” foi cantado em uníssono com a assistência e para a banda foi, como disseram, “fucking cool”.

Seguiram-se os Phoenix, no palco principal, que arrancaram com “Entertainment”, single do álbum com o mesmo nome, “Lasso” em segundo lugar e logo depois “Liztomania” para regozijo de uma audiência que recebeu, literalmente, Thomas Mars de braços abertos quando este decidiu descer do palco. A banda francesa foi seguramente uma das mais apreciadas actuações da noite.

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Tame Impala Cláudia Andrade

Inevitável uma corrida até ao palco Heineken para arranjar lugar na tenda que transbordava de pessoas para ouvir alt-J, a banda britânica cujo álbum “An Awesome Wave” – o único até ao momento – foi bastante aclamado pela crítica no ano que passou e recebeu o prémio Mercury para melhor álbum.

“Matilda” foi o single que melhor se ouviu cantar pela plateia mas músicas como “Tessellate” ou “Dissolve Me” também marcaram a prestação da banda que irremediavelmente conquistou o público português.

Os cabeças de cartaz Kings Of Leon levaram uma enchente até ao palco principal ansiosa de ouvir “Use Somebody” e “Sex On Fire”. Acabou por ser uma longa espera até ouvir os maiores êxitos da banda que fechou, finalmente, a actuação com “Sex On Fire”. “Are you ready to sing?” perguntou Caleb Followill. A audiência gritou e acenou afirmativamente e, ao mesmo tempo, ergueram-se no ar milhares de telemóveis e máquinas prontos a registar o momento.

Já perto das duas os londrinos Django Django voltaram a levar muitos ao Palco Heineken. Numa actuação enérgica em que os membros da banda se apresentaram com uma farda rock – uma camisa branca com faixas pretas – o público aplaudiu e saltou ao som de Hail Bop e Default.

Para os mais resistentes e a fechar o festival, a pesada batida do projecto italiano The Bloody Beetroots prendeu muitos ao Palco Heineken, sem querer lembrar que segunda-feira de manhã se avizinhava.

O Passeio Marítimo de Algés terá recebido, nestes três dias, mais de 150 mil pessoas. Para o ano, de 11 a 13 de Julho, há mais. Aceitam-se palpites para quem vai pisar os palcos...

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